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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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sexta-feira, 29 de maio de 2009

A palmilha tem atuação mecânica e postural

A palmilha tem atuação mecânica e postural
Os estudos tem enfocado os fatores relativos a construção do calçado. Pouco se tem pesquisado sobre a associação entre as informações neurosensoriais captadas na região plantar e a postura corporal humana.

A função biomecânica do pé depende da sua capacidade de agir como um adaptador, absorvedor de choque e um conversor de força necessário ao ciclo da marcha. Estas características dependem dos vários neuroreceptores que detectam as pressões e tensões que ocorrem nos pés.

O objetivo das palmilhas ortopédicas é bascular ou deslocar peças ósseas. Servem para dar apoio, corrigir deformidades e melhorar a função do pé. Nas palmilhas posturais, descritas também como proprioceptivas, elas tem como objetivo atuar corrigindo parâmetros de assimetria postural. Estas correções são realizadas graças a colocação de peças podais que fornecem informações de pressão ao sistema nervoso central, que em contrapartida, reorganiza as estratégias posturais.

Estas estratégias são constantemente reorganizadas graças a tensão que cada músculo exerce sobre determinados óssos. É imprescindível pensar esta tensão sendo exercida de forma simultânea em todos os músculos do corpo. Uns com maior e em outros com menor influência. Este jogo de contrações e relaxamentos musculares mantém o indivíduo na postura ortostática, coordena o reequilíbrio e promove a correção das assimetrias posturais.


Estudo comparativo da influência entre a palmilha ortopédica e proprioceptiva na postura corporal. COMELLI, Francieli Cristina; MIRANDA, Roberta David. Blumenau, 2007.
Veja este trabalho no site: http://podaly.com.br/abpq/?trabalhos&id=15

Fisioterapeutas apresentam uma combinação de competência legal e formação profissional

Fisioterapeutas apresentam uma combinação de competência legal e formação profissional
De forma ainda bastante tímida, mas progressiva, o número de fisioterapeutas que vem atuando na área de podoposturologia vem crescendo. O mercado é promissor. É uma forma de tratamento individualizado, personalizado e sem as barreiras impostas por convênios.

A abordagem do fisioterapeuta é relativamente bastante simples. O fisioterapeuta realiza uma avaliação postural. Nesta avaliação são observadas algumas variáveis posturais pré determinadas. Atualmente no Brasil é utilizado na avaliação um Protocolo denominado de CNT. O protocolo observa de forma prioritária três variáveis: c) simetria ou assimetria no comprimento dos membros superiores; n) o nivel ou desnivelamento das cristas dos ossos ilíacos e t) a simetria ou assimetria de tensão da musculatura paravertebral nos níveis da região lombar e cervical.

Em seguida, com a avaliação realizada e de posse de dados, o fisioterapeuta prescreve a palmilha. Elas podem ser do tipo basica, conforto ou esportiva. As do tipo básica são destinadas para a correção postural sem que o indivíduo apresente patologias relacionadas com os pés. A do tipo conforto são mais indicadas quando o indivíduo apresenta patologias nos pés. A esportiva tem uma função mais de propiciar características relacionadas com absorção de impacto e propulsão na marcha.

Finalmente o fisioterapeuta confecciona a palmilha. Este tratamento exige um acompanhamento bimestral. Denominado de manutenção do tratamento postural.

Palmilhas esportivas

Palmilhas esportivas
O atleta é um indivíduo que precisa de uma atenção especial quando se trata de vestuário, calçados e em particular as palmilhas. Este complemento do calçado tem uma importância maior por estar diretamente em conttao com a região plantar. Esta região tem uma densidade muito grande de neurosensores que captam as variações de pressão e deslocamento e as enviam para o sistema nervoso central.

Esta condição justifica a necessidade de um calçado especial, ou pelo menos que apresente condições que favoreçam o desempenho do individuo durante a sua atividade física. Desta forma, as palmilhas esportivas apresentam duas características bastante importantes: a) são composta de material absorvedor de impacto e b) material que apresenta características de propulsão durante a marcha ou corrida. A Podaly desenvolveu no Brasil estes dois produtos. Um absorvedor de impacto denominado de PLACTEL e o outro que favoreçe a propulsão denominado de ELASTENIL.

Nova Avaliação em Podoposturologia

Nova avaliação em podoposturologia?
Na avaliação postural são observadas variáveis que servem de referência ao tratamento fisioterápico. Inicialmente eram basicamente três, entretanto, são observadas mais variáveis.

Atualmente denomina-se Protocolo CNT Modificado.
Ficam assim descritas as variáveis posturais analisadas e mensuradas neste protocolo:

a) Teste estático que avalia o comprimento dos membros Superiores Objetivo avaliar a torção do tronco
b) Teste estático que avalia o nivelamento das cristas dos ossos ilíacos Objetivo avaliar a obliquidade pélvica
c) Teste dinâmico que avalia a inclinação lateral do tronco na região lombar Objetivo avaliar a tensão dos músculos paravertebrais
d) Teste dinâmico que avalia a inclinação lateral do tronco na região dorsal Objetivo avaliar a tensão dos músculos paravertebrais
e) Teste dinâmico que avalia a inclinação lateral do tronco na região cervical Objetivo avaliar a tensão dos músculos paravertebrais
f) Teste dinâmico que avalia a flexão do tronco na região lombar Objetivo avaliar a tensão dos músculos paravertebrais
g) Teste dinâmico que avalia a flexão do tronco na região cervical Objetivo avaliar a tensão dos músculos paravertebrais
h) Teste dinâmico que avalia a flexão do tronco na região cervical e lombar Objetivo avaliar a tensão dos músculos paravertebrais
i) Teste estático que avalia o alinhamento dos joelhos Objetivo avaliar a tensão dos músculos da região pélvica
j) Teste estático que avalia o quadrilátero de apoio Objetivo avaliar a tensão dos músculos da região pélvica
k) Teste estático que avalia a rotação dos músculos do quadril Objetivo avaliar a simetria de tensão dos músculos do quadril

A ASSIMETRIA de um ou de vários parâmetros é indicativo para o uso de palmilhas posturais.
O objetivo do tratamento de podoposturologia é no mínimo amenizar estas assimetrias.
O objetivo maior é normalizar as tensões (tônus) das cadeias musculares.

quarta-feira, 27 de maio de 2009



Palmilha Postural - Teste da Pisada
Palmilhas de Tratamento Personalizadas,Conforto, Ortopédicas, Esportivas, Caminhada, Corrida, Correção da Postura e Pé.


Novo conceito de Tratamento através do uso de palmilha postural
Um novo conceito de prescrição e confecção de palmilhas utilizando os princípios da Podoposturologia e da neurofisiologia da postura humana. As Palmilhas Posturais são confeccionadas a fim de realizar uma reprogramação postural através de elementos ou barras de EVA que serão dispostas em lugares estratégicos para reduzir o pico de pressão e distribuir a força de reação ao solo por toda a região plantar.

Podoposturologia
A Podoposturologia é uma especialidade onde o Fisioterapeuta estuda as alterações da postura corporal através da análise dos pés. Tem como objetivo promover a correção de variáveis posturais do pé, joelho, quadril e coluna através do uso de palmilha.

A palmilha Postural
Após avaliação clínica postural e a realização de um exame computadorizado dos pés chamado Baropodometria, as palmilhas posturais são confeccionadas de acordo com a individualidade da pessoa, da postura corporal, tipo de pisada e pé. Tratam a causa dos problemas através dos pés, promovendo uma Reprogramação Postural Global.
Elas podem ser do tipo básica, conforto ou esportiva. As do tipo básica são destinadas para a correção postural sem que o indivíduo apresente patologias relacionadas com os pés. A do tipo conforto são mais indicadas quando o indivíduo apresenta patologias nos pés. A esportiva tem uma função mais de propiciar características relacionadas com absorção de impacto e propulsão na marcha.

Palmilhas Esportivas

Um novo conceito e um novo design. São desenvolvidas e direcionadas para o futebol, tênis, golfe, basquete, voleibol, corrida, caminhada. As palmilhas esportivas buscam distribuir a força de reação do solo por toda região plantar joelho quadril e coluna. Por estarem posicionadas entre o pé e o calçado, promove um aumento na eficiência do controle postural durante as atividades esportivas.

As palmilhas esportivas apresentam duas características bastante importantes: a) são composta de material absorvedor de impacto denominado Plactel b) material que apresenta características de propulsão durante a marcha ou corrida chamada Elastenil
Baropodometria

A baropodometria computadorizada tem, por objetivo, identificar alterações biomecânicas nos pés, tanto em repouso quanto durante a marcha. Analisa a pressão plantar sobre uma plataforma composta de sensores. Com esse método, é possível reconhecer, na pisada, anormalidades que necessitem de compensação, de proteção ou uso de palmilha, assim como detectar, na marcha, problemas que sejam passíveis de correção por meio de exercícios especiais

Objetivo no diagnóstico deste exame é avaliar os seguintes parâmetros:

*a postura do paciente em posição estática;
*disfunções funcionais do equilíbrio e estabilidade;
*divisão das cargas corporais em condições ortostáticas;
*análise dinâmica da marcha e sua distribuição de carga durante o passo;
*pico de pressão e tempo de contato com o solo;
*detecção das áreas de risco do pé;
*auxílio na confecção de órteses plantares /palmilhas;
*detectar alterações biomecânicas do pé, pelves e coluna;
*diferença no comprimento dos membros inferiores;

Avaliação Clínica Postural
Tem como finalidade diagnosticar e organizar as lesões ascendentes que afetam a biomecânica normal dos pés, joelhos, quadril, pelve e coluna, fazendo com que o indivíduo sinta dores ou desconforto em suas atividades diárias. A avaliação é realizada através da baropodometria, e minuciosamente as alterações posturais em todo o organismo do paciente, na avaliação também verifica-se a mobilidade das dobradiças vertebrais (cervico-craneal, cervico-toracica, toraco-lombar e lombo-sacra), as alterações posturais são corrigidas com palmilhas proprioceptivas com elementos estimulatórios ativando o sistema proprioceptivo e nocireceptores, estimulando a reação do fuso neuromuscular, promovendo ajustes posturais com atuação do controle motor.
Indicações

*Dores Lombares Torácicas, Cervicais
*Alterações mecânicas: Pés Planos e Cavos, Calcâneo Varo e Valgo;- Hálux Valgo (joanetes)
*Espondilolisteses
*Dores na planta dos pés
*Artroses
*Esporão de Calcâneo
*Metatarsalgias
*Neuroma de Morton
*Periostite (canelite)
*Fraturas de Estresse
*Tendinites (Patelar, Pata de Ganso e de Calcâneo)
*Pés Diabéticos
*Escolioses
*Diferença de Membros Inferiores (Perna Curta)

Posturologia




A Academia Americana de Ortopedia define postura como o estado de equilíbrio entre músculos e ossos com capacidade para proteger as demais estruturas do corpo humano de traumatismos, seja na posição em pé, sentado ou deitado (Braccialli e Vilarta, 2000). De acordo com Shouchard (1996, p.30), a estrutura músculo-esquelética é a carcaça do nosso corpo. Ela determina sua forma, influencia as funções, condiciona os movimentos e pode alterar o psiquismo. Sua deformação é dispendiosa em energia e perturba obrigatoriamente a sensibilidade.
Então, posturologia é um método de avaliação global do corpo que tem como objetivo evitar uma série de patologias crônicas como lombalgias, lordoses, artroses, além de dores musculares e cefaléias, ocasionadas pelos desajustes da postura… Reúne diversas especialidades, entre elas a Odontologia, Podologia, Oftalmologia e Fisioterapia
O diferencial deste método é que o resultada da avaliação é feito através da observação de outro órgão do corpo, chamados de captores, além da própria coluna vertebral. A postura é afetada diretamente por disfunções nos pés e nos olhos e, em menor escala, pela s disfunções crânio mandibulares, articulações e cicatrizes profundas na pele.
Quando há assimetria dos ombros (um mais alto que o outro) certamente há também alteração no quadril. Esta alteração refletirá na forma como este indivíduo vai caminhar e consequentemente, tudo o que ele vai sofrer com isto. Este é um caso frequente e que, muitas vezes, passa desapercebido aos olhos dos pais. Se não tratada na infância poderá evoluir de tal maneira a comprometer seriamente a saúde e a qualidade de vida do adulto.
Outro exemplo prático para que se perceba a importância da análise de outros órgãos, além daqueles que apresentam o problema, são os distúrbios ocasionados pela convergência dos olhos.
O desequilíbrio postural será tanto maior quanto maior for a assimetria da convergência. Poderá causar vertigens, enjôos, baixo rendimento escolar, cefaléias e indivíduos desengonçados. Quem possui desalinhamento dos olhos também pode apresentar disfunções na mandíbula, como o bruxismo, que é o hábito de apertar e ranger os dente, provocando fortes dores de cabeça, desgaste dos dentes e distúrbios da articulação mandibular.Pés valgos (pés virados para dentro), mesmo que com pouca evidência, aumentam a curvatura da coluna e podem ocasionar fortes dores. Por isso a importância dos pais ficarem alertas as queixas dos filhos, como desconforto e “dores inexplicáveis” especialmente na cabeça, joelhos e coluna.
A reprogramação postural deve ser realizada, se possível, ainda na fase de crescimento do indivíduo para não evoluir na fase adulta.A posturologia alcança respostas positivas também em adultos. Se você sente dor, desconforto, diminuição dos movimentos funcionais e alteração da força e da resistência, saiba que a posturologia poderá auxiliá-la a descobrir a solução para os seus problemas.
Por: Estrellla Thomaz

Postura do respirador bucal

A Postura Típica do Respirador Oral
Prof. Franderson Marques de CarvalhoFisioterapeuta - CREFITO 4/28696-F
respiremelhor@respiremelhor.com.br
Ao estudarmos compensações posturais, lembramos sempre de alterações em mecanismos músculo-esqueléticos, sendo a nossa principal e mais gritante preocupação com o nosso paciente, que perante a sociedade e família se torna um personagem da história ouvida há anos, que todos nós conhecemos "o patinho feio" que com toda a sua má postura sempre se destacou, chamando a atenção com bastante dó, dentre os outros que estavam ao seu redor. Assim, usando este conto podemos classificar o nosso respirador oral.
Toda vez que nos depararmos com uma criança com cabeça em protrusão ( para frente como se quisesse respirar o ar antes de todos ) , ombros acompanhando a posição anteriorizada , clavículas ressaltadas, tórax deprimido com dificuldade de expansão pulmonar pelo encurtamento da musculatura intercostal, braços à diante do corpo, bumbum arrebitado (hiperlordose lombar), hiperextensão de joelhos, base alargada ( pernas abertas ) e pé chato( desabamento do arco plantar ) estamos falando da postura típica do respirador oral que necessita de nossa atenção.
Podemos citar algumas alterações que podem acompanhar este paciente pelas descompensações posturais, que às vezes mais preocupantes que a própria má postura:
-Alterações pulmonares pela diminuição da mobilidade da caixa torácica levando uma diminuição do volume corrente de ar, diminuindo as trocas gasosas, reduzindo assim a oxigenação;
-Alterações cárdio-pulmonares pela compressão do tórax sobre a área cardíaca alterando o mecanismo do bombeamento circulatório;
-Alterações Viscerais, talvez seja um dos primeiros relatos sobre a abordagem da ptose de visceras causada nos pacientes respiradores orais promovendo problemas de digestão, fígado, incontinência urinária dentre outras alterações nas visceras abdominopélvicas.
-Na minha formação francesa de Cadeias Musculares pelo "Centre de Formation Les-Chaînes Musculaires", pude observar com os estudos feitos pela Fisioterapeuta Michelle Busquet que a ptose de visceras em crianças obesas e / ou com ptose abdominal, cujo sintoma relatado pelas mães era de micção ao esforço. Isto se dá por não conseguir contrair a musculatura que ajudaria a sustentar as visceras em seus devidos lugares provocando assim a compressão da bexiga e a eliminação do jato de urina involuntária associada a uma fraqueza dos músculos do períneo ( músculos estes que sustentam o assoalho pélvico ), em sua totalidade eram relatos de respiradores orais. Estando aí, mais um achado nas características dos Respiradores Orais, que merece nossa especial atenção e tratamento.

Relação do Sistema oculomotor e a cervical no RPG

Relação entre o sistema oculomotor e a cervical superior pela ótica da RPG
por Dra. Bianca Thurm


A coluna cervical é constituída por duas partes anatomicamente distintas: uma coluna cervical superior (região suboccipital) composta pelo occipital, atlas e axis e formam as articulações atlantoccipital e atlantaxial. A atlantoccipital tem como movimento principal a flexo-extensão e a atlantaxial a rotação; a estabilidade das articulações é dada pelas membranas e ligamentos. A coluna cervical inferior é composta pelo platô inferior do axis até o platô superior da primeira vértebra dorsal. Os movimentos desta coluna são a flexo-extensão e latero-rotação.Os músculos mais importantes da coluna cervical que têm relação direta com este trabalho são os músculos suboccipitais que são o reto posterior maior e menor da cabeça e o oblíquo superior e inferior da cabeça. Estes músculos vão controlar o desequilíbrio anterior da cabeça, a lateroflexão, a rotação da cabeça e a horizontalidade do olhar.Situados na região cervical estão os proprioceptores do pescoço, necessários à manutenção do equilíbrio por estarem relacionados com o aparelho vestibular. Os reflexos de origem proprioceptiva cervical participam da regulação das imagens visuais sobre a retina. Existem três tipos de reflexos: 1. Reflexo vestibulocólico (RVC) que provoca a contração reflexa dos músculos do pescoço devido a estimulação dos órgãos otólitos; 2. Reflexo cervicocular (RCO) que corresponde ao movimento ocular compensatório quando ocorre a rotação do tronco com a cabeça fixa; 3. Reflexo cervicocólico (RCC) que é acionado pelo estiramento dos músculos do pescoço. Para falar sobre reflexos, precisa-se falar sobre o sistema nervoso central (SNC). As fibras da substância branca da medula são formadas pelas fibras longitudinais ou agrupam-se em tratos e fascículos formando as vias por onde passam os impulsos ascendentes e descendentes e se dividem em dois grupos: via piramidal e extra piramidal. A piramidal possui fibras de origem cortical que por sua vez se divide em duas vias: cortico-nuclear, que termina em motoneurônios dos núcleos motores somáticos dos nervos cranianos III, IV, VI e XII e a via cortico-espinhal que termina nos motoneurônios medular.O sistema extrapiramidal é formado pelos tractos tecto-espinhal, vestíbulo-espinhal, retículo-espinhal e rubro-espinhal. Os tractos mais importantes são o vestibulo-espinhal que tem origem nos núcleos vestibulares responsáveis pelo ajuste do equilíbrio e pela contração dos músculos do pescoço e posicionamento da cabeça. O tracto tecto-espinhal origina-se no colículo superior e tem força de coordenar os movimentos do pescoço como os dos olhos porque recebe as fibras da retina e córtex visual que descendem até segmentos mais altos da medula cervical.O mesencéfalo é uma região importante no controle do sentido de posição da cabeça e dos olhos. É constituído pelo tecto do mesencéfalo e pendúculos cerebrais. O tecto por sua vez é formado por dois colículos superiores e dois inferiores. Os superiores estão relacionados com a visão e participação do movimento dos olhos e da cabeça porque possuem conexões com fibras vindas da retina, do córtex occipital e com fibras que formam o tracto tecto-espinhal que termina realizando sinapse com os neurônios motores da medula cervical. O colículo superior é importante para certos reflexos que regulam os movimentos dos olhos. Para esta função existem fibras que ligam o colículo superior ao núcleo do nervo oculomotor. Este núcleo, por sua vez, está relacionado intimamente com o fascículo longitudinal medial do SNC. A parte somática deste núcleo está relacionada com neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos extrínsecos do bulbo ocular. Estas fibras irão constituir o nervo oculomotor.O sistema visual inclui os olhos, as estruturas neurológicas das vias visuais e os músculos oculares. Células ganglionares da retina formam o nervo óptico. O trato óptico carrega informações da retina e quando penetra no cérebro as projeta para três vias: 1. Núcleo geniculado lateral; 2. Núcleo geniculado caudal; 3. Núcleo lateral do tálamo.A maior porção projeta-se para o núcleo geniculado lateral que por sua vez as projeta para o córtex visual primário e colículo superior e o sistema nervoso recebe e integra estas informações.Após a identificação visual, ajustes motores devem ser realizados para controlar, por exemplo, os movimentos dos olhos, da cabeça e conseqüentemente da postura corpórea. Muitos tractos, como o vestíbulo-espinhal, retículo-espinhal e tecto-espinhal irão auxiliar nestes controles. Contudo, para que as informações possam descender, um controle dos motoneurônios do núcleo do par craniano III (oculomotor) deve ser realizado. O controle dos movimentos dos olhos é sempre em resposta aos estímulos visuais, vestibulares ou cervicais, cujas aferências terminam no núcleo do nervo oculomotor, nervo abducente (IV) e nervo troclear (VI), no tronco encefálico. E este por sua vez segue até os músculos extraoculares do olho. Os movimentos dos olhos dependem da ação dos pares cranianos que formam a via final comum para estes movimentos. Mas, no entanto, até que respostas motoras possam chegar aos músculos dos olhos, informações de outros sistemas integram-se a este processo influenciando a velocidade, intensidade e tonicidade da resposta.O sistema vestibular também é importante para o movimento dos olhos. Os movimentos da cabeça causam movimento da endolinfa dentro dos canais semicirculares e este movimento desloca os cílios das células ciliadas. Isto estimula os neurônios do gânglio vestibular, originando impulsos nervosos que seguem pela porção vestibular do nervo vestíbulococlear, através do qual atingem os núcleos vestibulares. Deste núcleo saem fibras para o fascículo longitudinal medial e vão diretamente aos núcleos dos pares de nervos cranianos III, IV e VI determinando o movimento dos olhos em sentido contrário ao da cabeça. Quando a cabeça se move para baixo, os olhos movem para cima e vice-versa, isto garante que a imagem não saia da mácula (reflexo vestíbulocular).Outro movimento ocular é denominado de nistagmo, que é um movimento oscilatório de vai e vem. O input sensorial para este sistema é o movimento rotacional da cabeça, o movimento linear, movimento da cabeça com os olhos fixos ou movimento dos olhos com a cabeça fixa. Todas as informações cursam através do nervo vestibulococlear para o SNC. Através do núcleo vestibular possuem conexões com motoneurônios que inervam os músculos cervicais, este trato participa do controle reflexo dos movimentos do pescoço.O objetivo do trabalho é mostrar, através da análise da literatura científica, a relação reflexa entre o sistema oculomotor e a cervical superior, pois na prática clínica verificou-se que, ao realizar uma palpação na região cervical superior (suboccipital) e solicitando-se ao paciente que mova os olhos, sente-se o tensionamento nesta região do mesmo lado em que foram direcionados os olhos sem que houvesse qualquer movimento da cabeça. Pode-se observar que esta relação está interligada com os mecanismos de ajuste do equilíbrio humano e posturas provenientes das informações vindas do sistema labiríntico e vestibular, sistema ocular, a integração do mesencéfalo e cerebelo e as informações proprioceptivas originadas na coluna cervical. Todas as informações cursam através do fascículo longitudinal medial relacionado com DESENVOLVIMENTO.Vários estudos foram realizados para testar os reflexos cervicoculares (RCO) em relação à diferença de velocidade de torção cervical e foi observado o nistagmo cervical mostrando a relação entre os sistemas. Concluiu-se que o reflexo cervicocular difere do nistagmo vestibular pois o input de aferência cervical domina sobre o controle dos movimentos oculares. Outro estudo verificou a relação dos proprioceptores cervicais e o sistema oculomotor após o movimento de chicote (whiplash) e concluiu-se que houve associação entre a função oculomotora uma vez que os resultados sugerem que a restrição dos movimentos cervicais e alteração da informação proprioceptiva da região cervical afeta os movimentos oculares.Os reflexos cervicais são acionados quando há a torção do pescoço com conseqüente excitação das fibras musculares extrafusais que enviam suas aferências ao núcleo vestibular. As aferências não provém somente das fibras musculares, mas também pelos receptores articulares do tipo I, Ia e II. O controle dos movimentos oculares ocorre em resposta aos estímulos visuais ou vestibulares cujas aferências terminam nos núcleos dos nervos oculomotor, abducente e troclear que inervam os músculos extraoculares.Como as vias reflexas são mistas pode-se dizer que, assim como existe o input de aferência cervical para o nervo oculomotor, existe também o input proveniente do sistema oculomotor em direção à coluna cervical. O controle dos olhos ocorre em resposta aos estímulos vestibulares e cervicais, quando estes informam ao sistema nervoso que a cabeça se moveu e os olhos precisam acompanhá-la, podemos ter uma influência inversa no caso da cabeça estar imóvel e os olhos se movimentarem.Quando os olhos se movimentam para um dos lados com a cabeça fixa, o input sensorial para o sistema vestibular é acionado; fibras que descendem pelo trato tecto-espinhal, terminam nos motoneurônios cervicais, influenciando a contração dos músculos rotadores cervicais, como os músculos oblíquo inferior da cabeça e reto posterior maior da cabeça, para o mesmo lado do movimento dos olhos. Estes, quando palpados na avaliação, têm um aumento de tensão ao movimento dos olhos para o mesmo lado e portanto os autores aqui discutidos demonstram cientificamente que esta relação neurológica é compatível com o achado clínico.
CONCLUSÃO: Conclui-se que os mecanismos de ajuste da postura e equilíbrio humano são provenientes das vias labirínticas, vestibulares e da integração delas com o sistema ocular, cerebelar e das informações proprioceptivas vindas de varias regiões do corpo inclusive da coluna cervical superior.Os estudos citados analisaram a relação existente entre os movimentos dos olhos e o aumento da tensão nos músculos da região cervical mostrando que existe de fato esta relação reflexa entre o sistema oculomotor e a cervical superior. Portanto, é importante observar que quando estamos tratando a região cervical superior ocorrerá uma interferência no sistema oculomotor também e vice-versa tornando-se um fator a ser observado e levado em consideração na terapêutica. Como tanto os ajustes posturais quanto o controle do equilíbrio implicam em modulação do tônus postural, isto nos leva a questionar se conseguimos, através dos movimentos oculares, alguma ação benéfica na regulação da tonicidade muscular.Este é o resumo do trabalho de conclusão de curso para a obtenção do título de especialização da Dra. Bianca Thurm, orientado pelo Dr. Carlos Alberto Barreiros. Lembramos que o Dr. Barreiros e o Dr. Victoni já descreveram a continuidade das cadeias musculares morfofuncionais e o globo ocular, ministrados regularmente na formação. Informações sobre este tema e referências bibliográficas poderão ser obtidas pelo e-mail: barreirosvictoni@fisioterapia.com.br

terça-feira, 26 de maio de 2009
































Reprogramação Postural com Palmilhas

Reprogramação Postural com Palmilhas
As Palmilhas Ortopédicas proprioceptivas são órteses plantares e foram criadas um pouco antes de 1980 por Bourdiol. O princípio das palmilhas proprioceptivas está fundamentado na ação dos elementos e barras muito finos que são colocados sob a pele e os músculos plantares, reprogramando a postura.
As estimulações visuais, cutâneas, podais ou bucais ativam os reflexos posturais permitindo a correção das alterações da postura estimulando ou inibindo as cadeias musculares (VILLENEUVE PARPAY - Jornada de Podoposturologia Paris, 1996). A escolha de uma palmilha proprioceptiva esta ligada, não a uma sintomatologia intrínseca do pé, mas às dores músculo tendíneas do membro inferior e ou da coluna vertebral (MONTHÉARD et al, 1994).Nos casos de pés planos, os receptores musculares serão estimulados por uma barra ântero calcaniana de 1 mm (criança) a 2 mm (adulto) que estará situada no corpo muscular do abdutor do primeiro (principalmente) e quinto metatarseano. Segundo Sullivan e Schmitz (1993, p. 291), “as técnicas de estimulação proprioceptiva muscular e articular alteram as respostas musculares” e posturais. O alongamento facilita a contração muscular e atua primariamente através das terminações primárias do fuso muscular. Estas terminações são sensíveis às alterações de duração e velocidade dos músculos e produzem facilitação reflexa do músculo sob alongamento. Este alongamento sustentado serve para recrutar tanto motoneurônios alfa quanto gama favorecendo não só a contração muscular extrafusal, mas também intrafusal.
Nos casos de pés cavos serão estimulados os receptores neurotendíneos para diminuir o tônus muscular. É utilizada uma barra retrocapital de 1 mm (criança) a 2 mm (adulto). Sullivan e Schmitz (1993, p. 294) descrevem que “uma pressão inibitória firme e moderada aplicada ao tendão do músculo resulta em inibição do tônus muscular”. Terapeuticamente, a técnica de inibição por pressão através do alongamento prolongado pode ser aplicada mecanicamente com o uso de uma barra e sob ação da gravidade e do peso corporal (indivíduo na posição ortostática).
O tônus postural está sob controle e dependência das informações: visuais, vestibulares, proprioceptivas, oculomotoras e mandibular. Boa postura é uma atitude raramente atingida, freqüentemente uma pessoa destra apresenta um deslocamento de pequena amplitude para a direita e para trás em torno de 4 graus, com um apoio a D predominante. Estes deslocamentos para direita nos destros e para esquerda nos canhotos correspondem à normalidade (NAHMANI L. Kinesiologie, 1990. Tome 1).
O pé é um dos receptores do sistema postural e suas informações estão integradas ao sistema visual, auditivo e proprioceptivo para controle do tônus postural. O pé pode controlar a postura pelo trabalho dos receptores mecânicos e sensoriais. A quase totalidade dos receptores plantar está sob ordem e controle do nervo tibial posterior por intermédio de seus três ramos de divisão: nervo calcaniano medial, nervo plantar medial e lateral.
Receptores de adaptação lenta codificam a sensibilidade à pressão (Disco de Merkel) e/ou ao estiramento (Corpúsculo de Ruffini). Receptores de adaptação intermediária (Corpúsculo de Meissner) controlando a velocidade. Receptores de adaptação rápida (Corpúsculo de Paccini) são sensíveis à aceleração da deformação cutânea.
Os ligamentos e cápsulas do pé são ricos em receptores encapsulados (Corpúsculo de Golgi Manzoni, de Ruffini e de Paccini). Estes mecanorreceptores informam sobre os movimentos articulares. Os músculos do pé possuem uma função muito importante graças a dois tipos de mecanorreceptores: a) os órgãos tendinosos de Golgi controlam as variações de tensão muscular e b) as terminações primárias e secundárias dos fusos neuromusculares são sensíveis ao alongamento. A integração das informações é realizada ao nível da medula e cérebro com informações das aferências visuais, vestibulares, cervicais, auditivas e as do aparelho locomotor.
A Reprogramação Postural ocorre quando os mecanorreceptores da região plantar (possuem limiares muito sensíveis detectando pressões na ordem de 300 milesegundos) são ativados por uma deformação mínima da pele (a partir de 5 microns) através de micro relevos que são colocados nas palmilhas (em torno de 1 a 3 mm). Estes elementos e/ou barras colados nas palmilhas posturais estimulam o sistema postural fino (GERTTHOFFERT, J. Ann Kinesith, 1982). Existem regiões específicas na planta dos pés cuja estimulação provoca uma modificação do tônus postural e um reposicionamento da obliqüidade da pelve, assimetria muscular da coluna vertebral (BRICOT, 1999; GAGEY; WEBER, 2000). Estes elementos e barras podem ser coladas nas palmilhas (que são a base de sustentação).
Os receptores cutâneos estão localizados na camada da pele e que são sensíveis às excitações exteriores (térmica, táteis, compressão). Os proprioceptores, situados aos níveis dos ossos, dos músculos, dos tendões e que são sensíveis à pressão ou à tensão: 1. os fusos neuromusculares sensíveis à compressão medem o grau de contração do músculo; 2. os corpúsculos tendinosos de Golgi são sensíveis ao estiramento, medem o alongamento tendinoso; 3. os interoceptores interessam aos vasos e às vísceras.
A compressão dos fusos neuromusculares (seja por estiramento, seja por compressão), fornecem uma informação (reflexo miotático) veiculado até ao como anterior da medula espinhal, e a ordem será dada a uma fibra aferente para comandar a contração. A ativação dos corpúsculos de Golgi (por estiramento do tendão) provoca uma inibição dos neurônios do músculo estirado e relaxamento muscular. Esta ação de contração ou inibição atinge igualmente todos os músculos agonistas ou antagonistas. Contrai os agonistas e inibe os antagonistas. O reflexo miotático é o mais rápido das respostas sensitivas motoras e ajusta a resistência do músculo no seu próprio estiramento. Constitui um sistema de integração do tônus de um grupo de músculo em função da postura.
Existem dois tipos de contração muscular: tônica e fásica. A contração tônica não leva a nenhum movimento nem deslocamento, como a contração fásica. O reflexo miotático se comporta como um servo mecanismo graças ao qual o músculo resiste a toda força tendendo a se alongar. Se trabalhassem isoladamente, imporia ao músculo um comprimento invariável. Uma contra reação se produz pela intervenção do sistema gama que mantém um leque de fusos neuromusculares e intervém nos ajustes posturais. O tônus muscular fixa as articulações nas posições determinadas, sempre solidárias umas com as outras, e compõem a atitude em conjunto. As contrações reflexas dos músculos, que é o tônus, permitem conservar o indivíduo dentro do polígono de sustentação, graças às correções dos deslocamentos do centro de gravidade (pressão).
Clinicamente, se o reflexo tônico é equilibrador, a má postura será reduzida, e se o reflexo tônico é insuficiente a má postura se instala. A respiração será igualmente um elemento determinante da postura e de suas possibilidades de modificações. O diafragma tem inserções nas arcadas dos músculos psoas e do quadrado lombar. A ação entre o diafragma e estes músculos deve ser sinérgica.
Um gesto repetitivo (profissional ou esportivo) pode induzir a uma modificação do equilíbrio postural por uma assimetria de forças musculares. Uma dor pode induzir a uma atitude antálgica que interfere na memorização no cerebelo e que persistirá mesmo após o desaparecimento dos sinais dolorosos. A fadiga, estresse, calor, frio, vários fatores podem intervir na atitude postural. O paciente geralmente não tem idéia de que estes fenômenos intervêm na sua postura. O indivíduo se mantém de pé segundo uma posição que ele ignora completamente e seus gestos igualmente escapam a sua consciência em sua definição precisa.
A tomada de consciência pelo paciente da sua postura no espaço não é sempre uma coisa fácil. É mais fácil no atleta que possui uma melhor consciência do seu corpo. Mesmo que ele não conheça a anatomia, o atleta possui uma idéia da função de cada músculo. Portanto, corrigirá sua posição postural e a ajuda de seu treinador corrigirá seu gesto esportivo se necessário. Um adulto também poderá melhor entender a postura, pois a dor vai levá-lo a correções necessárias. No adolescente a situação será mais complicada, pois normalmente não existe dor dificultando a tomada de consciência necessária a uma boa postura. O adolescente deve controlar freqüentemente a evolução postural. Esta tomada de consciência facilita o entendimento da ergonomia doméstica ou profissional, como fator desencadeante de uma atitude ou um gesto em uma má postura.
Existem vários tipos de palmilhas ortopédicas. A escolha será feita em função da avaliação fisioterápeutica (protocolo CNT). Existem dois tipos de palmilhas: a) as de estimulação e b) as termomoldadas. As de estimulação comportam três tipos de elementos: estimuladores, inibidores e proprioceptivas. Os elementos estimuladores são aplicados sob o ventre dos múscu1os plantares a fim de comprimir os fusos neuromusculares e favorecer uma contração muscular. Os elementos inibidores vão entrar em contato com os receptores de Golgi, situados no tendão de inserção, de maneira a desencadear a sua ação inibitória que irá frear o reflexo miotático e a contração muscular. Os elementos proprioceptivos vão ter uma ação mecânica e modificar a posição do pé para obter uma melhor congruência articular e uma resposta de adaptação postural (tanto no plano sagital como frontal). Estes elementos são destinados a receber uma carga (peso do indivíduo), são finas e bem toleradas em calçados sociais.
As palmilhas termomoldadas ou termoformadas utilizam um conceito novo. Em relação à palmilha clássica, ela é mais fina, leve, macia e flexível. Os elementos e barras (relevos) são mais finos, menos traumatizantes e mais fáceis de limpar. Estas palmilhas são adaptáveis ao calçados esportivos e sociais. A moldagem ocorre pela influência do calor gerado por uma Termoprensa Ortopédica. O processo inicia com o plantigrama dos pés do indivíduo, seguido da gabaritagem, do desenho dos elementos e barras, do corte e da preparação dos mesmos. A colagem é feita na placa LUX. A palmilha PODALY de EVA é superficial, a placa LUX é intermédia e o complemento de tecido é inferior. A palmilha sendo retirada da prensa, junto com o pé, é colocada dentro de um plástico. Em seguida será utilizado um aspirador para retirar o calor (para evitar queimar a pele do pé) e favorecer a compressão da palmilha na forma plantar. Este plástico será colocado sobre um moldador e o indivíduo permanece na posição ortostática, com carga, por 60 segundos (sempre olhando para frente para evitar que a impressão dos artelhos seja muito pronunciada na palmilha), em posição de correção. Após esta fase de moldagem sobre o pé, a palmilha está terminada e poderá ser utilizada imediatamente. A palmilha termomoldada possui uma ação mecânica importante na medida em que o aumento da superfície de apoio plantar diminui a pressão em centímetros quadrados. Sendo assim, favorece de forma notável no alívio das metatarsalgias e talalgias mecânicas, no indivíduo com sobrecarga ponderal ou em um pé com uma superfície de apoio reduzida, a palmilha termomoldada proporciona o aumento da superfície de apoio e contribui no conforto.
Durante a marcha normal, o peso é multiplicado em torno de três vezes. Durante a corrida o peso multiplica-se por cinco ou seis. Durante a recepção de saltos, notavelmente pelo jogador de basquete que vai pegar um rebote, o peso pode ser multiplicado por oito. Os impactos se propagam a 120 Km/h nas fibras tendinosas, na trama óssea do calcâneo e do tibial, no tendão de Aquiles e na aponeurose plantar. Estas estruturas serão as primeiras a absorver a onda de choque. É fundamental que se utilize materiais que absorvam esta vibração e a impeçam de se propagar para evitar lesões.
Das patologias mais freqüentemente encontradas e tratadas nas clínicas por palmilhas posturais, as metatarsalgias as principais. A primeira cabeça metatarsiana com seus dois sesamóides poderá ser objeto de fenômenos dolorosos. Uma sobrecarga ântero interna pode acompanhar ou estar acompanhada de uma inflamação dos sesamóides. Uma posição de antepulsão da pelve irá contribuir para essa sobrecarga anterior do pé. Um hálux rígido com limitação mais ou menos importante, o hálux valgus encontrado freqüentemente na mulher, que utilizou calçado com bicos finos e saltos altos, podem gerar dor. A palmilha ortopédica tem uma ação limitada sobre o conflito gerado pela exostose lateral da primeira cabeça metatarsiana (joanete). Na configuração do antepé, onde o primeiro raio é curto irá levar a uma sobrecarga na segunda cabeça metatarsiana, será igualmente uma fonte de dor durante a marcha. Neste caso a palmilha precisa oferecer um apoio ao primeiro raio.
O terceiro e quarto raio podem ser também ser objetos de um hiper apoio no caso de uma queda global do antepé. O quinto raio será solicitado no caso de um pé em varo que pode estar associado a um joelho varo ou a um desvio lateral da bacia. A correção desta alteração postural aliviará este hiper apoio.
As apofisítes de crescimento ou doença de Freyberg da criança são raras e são tratadas como patologias mecânicas. Sempre observar primeiro se o caso é um problema de postura. Tratar inicialmente a postura (Protocolo CNT) com uma palmilha proprioceptiva. Se a sobrecarga ponderal é importante, se a posição ortostática é prolongada ou se as dores são muito agudas, optar por uma palmilha termomoldada de conforto (se necessário colar os elementos e barras), modifica o apoio e levará a um alívio da dor. No quadro das patologias inflamatórias, tipo artrite utilizar as palmilha termoformadas (conforto). A região média társica pode ser um local de dor ligada a um problema estático, onde numa queda do arco longitudinal interno (hiperlassidão ligamentar), o escafóide poderá estar saliente e doloroso. Usar as palmilhas termoformadas. Nas dores de inserção do tibial posterior, colocado em tensão por um valgo importante, agravado pela corrida ou marcha em locais de vários tipos de relevos poderá ser aliviado colocando uma palmilha termoformada com diminuição da tensão insercional com uma cunha varizante aliviando a dor. A queda do arco longitudinal interno leva a uma tensão dos ligamentos interósseos astrágalo-escafo-cuneiformes, muitos dolorosos a pressão, que estarão igualmente aliviados por uma correção deste valgo, se ele for reduzível.
A pronação e a supinação permitem a absorção de choques. Uma etiologia dos pés flexíveis plano valgus é a hiperlassidão ligamentar onde a aparência clínica é a ausência do arco longitudinal. Nos pés cavos o rígido do arco longitudinal dificulta a adaptação de cargas compressivas às irregularidades de terreno. O arco interno é mais longo, mais alto e mais importante dos três arcos dos pontos de vista estático e dinâmico e comporta cinco peças ósseas: o primeiro metatarso, o cuneiforme medial, o navicular, o tálus e o calcâneo. O pé deve ter flexibilidade na fase de apoio total durante a marcha e rigidez e solidez durante a fase de impulsão (DONATELLI, 1992). Quando a pelve é basculada lateralmente o peso recai sobre um pé e ocorre rotação externa do cubóide. A posição lateral da mandíbula, encontrada em 70% dos casos, pode desencadear uma mudança de apoio no solo.
O cubóide poderá igualmente estar doloroso por uma tensão do ligamento dorsal-escafóide-cuboidiano. Em determinadas configurações do pé a estilóide do quinto metatarseano pode estar proeminente e dolorosa. A tensão dos fibulares laterais e do ligamento lateral do tornozelo no varo do pé são as principais patologias ao nível da tíbio-társica.
O calcâneo é o local de dores variadas. A mioaponeurose plantar é freqüentemente encontrada em indivíduos com sobrecarga ponderal ou com uma posição antepulsada da pelve. Ela se traduz por uma dor sobre a inserção aponeurótica calcaniana seguida de uma calcificação (esporão calcâneo). É tratada como alteração postural (Protocolo CNT), que é a causa, associada com palmilha termoformada. A dor embaixo do calcâneo pode ser decorrente também de saltos e repetições onde a onda de choque sobre o calcâneo desencadeia dor. Poderá ser aliviada com palmilha de conforto termoformada, material denso e macio. Na criança são encontradas as apofisítes posteriores do calcâneo (Doença de Sever), que surge mais ou menos com a idade de 10 anos, em crianças com grande atividade esportiva. São utilizadas palmilhas que absorvem as ondas de choque. Na criança, é freqüente o joelho valgo (menos freqüente o joelho varo), associado ou não ao calcâneo valgo ou varo. As palmilhas termomoldadas de estimulação e proprioceptiva são uma indicação considerável.
A inserção do tendão de Aquiles (calcâneo) poderá estar dolorosa pela tensão ou tendinite de Aquiles ou presença de uma bursite retrocalcaneana. Investigar a causa desta tendinite e corrigir, se necessário, a alteração postural (Protocolo CNT). O amortecimento da onda de choque será um fator determinante no tratamento. Podem ocorrer, na fáscia plantar, seqüelas de cicatrizes e nas zonas de hiperqueratose mecânicas (sob as cabeças metartasianas ou sob o calcâneo) que serão melhoradas com palmilhas termomoldadas, evitando o apoio somente na área da cicatriz (distribuindo as pressões em outros locais). Nos mal perfurantes plantares (pé diabético) a palmilha termomoldada terá uma função determinante para a cicatrização. Uma patologia muito freqüente na pessoa idosa, magra, tornado os apoios metatarsianos e calcaneanos muito dolorosos.
Nos atletas ocorrem as dores decorrentes da periostíte tibial. Estas periostites são freqüentes em pés cavos com torsões tibiais externas ou sobre pés valgus com torção externa da perna. As correções destas torções são feitas por palmilhas termomoldadas com elementos anti-rotação externa e cunha valgizante ou varizante. Na fratura de fadiga ao nível tíbia ou fíbula é indicada uma palmilha termomoldada. No quadro de uma atividade esportiva o conforto e a absorção da onda de choque é uma indicação formal.
Um joelho flexo unilateral exige uma imediata investigação. Pode ocorrer em decorrência de uma báscula lateral da pelve (DEJET). Do lado oposto, este joelho flexo é compensatório, do mesmo lado leva a báscula.
Ao nível do fêmur e da zona trocanteriana, são encontradas tendinites do músculo glúteo médio e também dores de inserção do músculo piramidal. Este último, sendo rotador externo femural, será colocado em tensão no quadro de uma rotação interna do fêmur exagerada e dolorosa quando palpado na zona de inserção trocanteriana. Os músculos adutores são o local de uma patologia freqüente no jogador de futebol com estiramentos negligenciados. As dores dos adutores decorrentes de um joelho varam com rotação externa do membro inferior são melhoradas pela colocação de palmilhas termomoldadas agindo sobre estas rotações. Os ísquios tibiais, quando muito solicitados, apresentam dores nas inserções altas ou sobre a massa muscular. Um joelho flexo, uma anteversão do quadril ou uma posição antepulsada serão fatores que podem solicitar uma sobrecarga dos ísquios tibiais. Como rotina formal, o Protocolo CNT deverá ser sempre aplicado, além de complementar com outras observações posturais.
A inserção Pata de Ganso (sartório, semitendinoso e grácil), pode ser um local doloroso ligado a um problema postural. As patologias do quadríceps são menos freqüentes (joelho flexo / síndrome rotuliana). A pelve pode ser colocada em posições complexas com uma associação dos movimentos nos três planos do espaço. É ilusório pensar que um calço corrige a obliqüidade da pelve, pois ela acompanha sempre os movimentos no plano horizontal e sagital. É necessário visualizar todas as posições (Protocolo CNT), e dispor os elementos e a barra sobre a palmilha postural.
As articulações sacroilíacas são solicitadas pelos movimentos dos ilíacos e da coluna lombar. A reprogramação postural com palmilhas leva mais freqüentemente a soluções eficazes. As palmilhas podem intervir sobre a posição antepulsada da bacia e sobre os desvios laterais (elemento infra cuboideano com ação sobre o cubóide). As torções do tronco podem igualmente ser reduzidas, seja suprimindo-se o joelho flexo ou com uma anti-rotação interna ou externa do membro inferior. As lombalgias são freqüentes. A nível vertebral por pinçamentos articulares ou musculares por contraturas do músculo quadrado lombar ou do psoas. Na hérnia discal ou estenose, uma alternativa é a cirurgia. Recomendável antes utilizar a palmilha termomoldável (Protocolo CNT). O tratamento destas deformidades não será feito isoladamente, outras técnicas do domínio da fisioterapia poderão ser associadas.
A posição da cabeça pode desencadear um problema postural nos casos de alterações visuais, auditivas e oclusais. Se a posição da cabeça é de origem compensatória, a reharmonização da postura corrigirá a posição da cabeça e, portanto suprimirá a tensão dos trapézios ou dos esplênios do pescoço, esternocleidomastoideos e escalenos. Poderá ser necessário tratar a causa principal da alteração postural, seja visual, oclusal ou cicatrizes. Sempre analisar a postura pelos parâmetros do Protocolo CNT. A utilização das palmilhas posturais e mecânicas complementa os tratamentos paleativos (analgésico e antinflamatório).

Ação da Palmilhas Posturais

Ação das Palmilhas Posturais
A postura ereta é mantida por dois pólos sensoriais situados nas extremidades do corpo (ENJALBERT et al. 1998). Uma das extremidades é a cefálica, onde estão localizados os sistemas vestibular, visual e oclusal; e na outra extremidade estão os receptores sensoriais podais, que se comportam como uma plataforma estatocinesiométrica. Em conjunto com o sistema nervoso central estes pólos sensórios constituem um sistema de análise do movimento.
Desta forma, o sistema visual tem sido descrito como influenciador do tônus postural (UMPHRED; McCORMACK, 1998; WADE; JONES, 1997; DESENNE; SCHOENSTEIN, 1996; HOROVITZ, 1998). Outro sistema que interfere no controle postural é a oclusão (GAGEY; WEBER, 2000; BRICOT, 1999). Faugouin (1998) relata que uma modificação assimétrica da pressão dos molares e pré-molares desencadeia uma resposta de hipotonia dos músculos extensores das mãos gerando assimetrias posturais.
Outro sistema que tem muita influência no controle da postura é o aparelho vestibular (WECKX e ANADÃO, 1991). O mecanismo está fundamentado em uma coordenação intrínseca entre o sistema vestibular e as informações proprioceptivas, táteis e da visão. O equilíbrio não apenas depende da integridade destes sistemas, mas também da integração sensorial do sistema nervoso central (SPAEPEN; WEERDT, 2001; TRIBASTONE, 2001).
As informações necessárias para a coordenação e regulação da postura dinâmica e estática são decorrentes da planta dos pés que é rica em receptores de pressão (GAGEY e WEBER, 2000). Estes receptores sensoriais equivalem a uma plataforma dinamométrica que intervém na regulação automática da força decorrente da pressão no equilíbrio bipodal ou monopodal (RABISCHONG, 1996; ENJALBERT et al., 1996; BESSOU, 1996).
Entretanto, a função biomecânica do pé depende da sua capacidade de agir como um adaptador e absorvedor de choque, além de ser um conversor de torque e braço rígido durante o ciclo de marcha (CAILLIET, 1989; McPOIL JUNIOR; BROCATO, 1993; DONATELLI, 1996).
A região plantar é composta de vários receptores sensoriais que detectam as pressões na pele e a tensão que ocorrem nas articulações do pé e do tornozelo. Desta forma, estas características físicas dos mecanoreceptores são à base das sensações estatocinéticas que analisam a mobilidade das diferentes partes do corpo (RABISCHONG, 1996; ENJALBERT et al., 1996; ENJALBERT et al, 1998).
Desta forma, o pé e seus mecanoreceptores são essenciais ao controle postural do trabalhador (ENJALBERT et al., 1996; RABISCHONG, 1996). Pois, a estrutura muscular reage aos estímulos que são efetuados na região plantar. Estas reações posturais variam de acordo com a natureza do estímulo, com o nível de integração neurosensorial e com os estímulos dos baroreceptores plantares. Sendo assim, o equilíbrio do corpo humano quando ereto se inicia pelos pés (ROLF, 1999; BRICOT, 1999). Viladot (1987), Manfio et al. (2001), Rodriguez et al. (2001), descrevem que a região que suporta o peso do corpo são as cabeças dos metatarsianos, porém a cabeça do primeiro metatarso recebe mais força que os restantes, aproximadamente o dobro da carga dos demais. Bessou et al. (1996), descreve que em condições estáticas o pé tem três apoios, sendo a cabeça do primeiro metatarso, a cabeça do quinto metatarso e a tuberosidade posterior do calcâneo.
Há muitos anos o pé foi visto como uma estrutura rígida ou semi-rígida. E, sendo assim, as condutas ortopédicas sempre foram elaboradas nesta premissa, a tal ponto que se executavam cirurgias de artrodese (fusão da articulação) com freqüência. A complexidade de avaliar esta estrutura está relacionada com o fato de que o pé é dinâmico, tem múltiplos movimentos na região e pela interdependência existente entre todas as suas partes e os movimentos (GOMES e MACHADO, 2000).
A integração dos pés com o solo acontece através do calçado. Peneireiro e Costa (2001) descreveram em um trabalho de ergonomia, que o carteiro utiliza principalmente os pés para se locomover e desempenhar o seu trabalho. Entretanto, relatam que pouco se tem pesquisado sobre as aferências sensoriais específicas das plantas dos pés, visto que os estudos têm enfocado somente a atenção aos fatores ergonômicos relativos à construção do calçado.
A recomendação para a utilização de palmilhas posturais, promove tanto a prevenção como a terapêutica da postura em pé, e tem o intuito de reduzir o valor de pico de pressão e distribuir a força de reação do solo por toda região plantar (SOUZA et al., 2001).
Essencialmente, a palmilha transporta o solo até a superfície plantar. Pode ser considerada como um calço posicionado entre o pé e o calçado e agir para aumentar a eficiência dos mecanismos do pé durante a caminhada e a corrida. As indicações para uso da palmilha vão desde as lombalgias posturais e dores no quadril relacionadas ao pé, até às síndromes musculares e das membranas fasciais que envolvem os músculos, tendões, ligamentos e ossos (McPOIL JUNIOR; BROCATO, 1993; DONATELLI; WOODEN, 1996).
Um novo conceito de palmilha utilizando os sensores dos pés está direcionado à neurofisiologia e não ao aspecto mecânico como as palmilhas tradicionais. As palmilhas posturais utilizam materiais que apresentam características de leveza, variação da densidade, pouca espessura, higiene e está fundamentada na fisiologia da postura. Na palmilha são inseridos elementos de borracha, com espessura de um milímetro a no máximo quatro milímetros, em locais definidos pela avaliação postural (ABADIE, 1994).
Desta forma, os receptores externos da pele, os proprioceptores articulares e musculares estão intimamente interligados e a partir das modificações da sensibilidade profunda, das modificações articulares e do equilíbrio músculo ligamentar desencadeados pelos baroreceptores plantares, a postura do corpo pode ser modificada, tanto para uma postura adequada ou inadequada (VALLET, 1996; VILLENEUVE, 1996).
Na confecção das palmilhas posturais, também descritas como sensoriais, são utilizados elementos de borracha que são fixados na palmilha em contato com a planta dos pés. Estes elementos fornecem informações ao sistema postural fino e como resposta, o corpo produz um reequilíbrio postural através das reações reflexas tônicas musculares, corrigindo desta forma as assimetrias posturais (VILLENEUVE, 1996).
É muito comum se observar um desequilíbrio do corpo em anterioridade. Diante desta situação, a região do antepé, através dos baroreceptores, ativa reflexamente a tensão dos músculos posteriores da coluna e dos membros inferiores com objetivo de posteriorizar o corpo na tentativa de reequilibrá-lo (GAGEY, 1996). Entretanto, quem indica as palmilhas de maneira geral tem pouco conhecimento sobre a complexidade do controle postural, desconhece a relação existente entre a visão e os receptores plantares, entre a disfunção e a repercussão que o aparelho oclusal ocasiona na postura de forma geral (VALLET, 1996).
Portanto, as indústrias e as oficinas ortopédicas, quando fabricam uma palmilha desconhecem sua ação modificadora da postura. Este fato pode propiciar alterações lesivas na postura do trabalhador e gradativamente desenvolver o desconforto e a dor. O uso da palmilha ortopédica clássica modifica a biomecânica e pode desorganizar uma postura ideal (BRICOT, 1999; GAGEY, 1996). A má adaptação das palmilhas à região plantar perturba a biomecânica articular dos pés e da coluna vertebral, pois diminuem o contato do pé com o solo e geram as insuficiências sensoriais pelo contato insuficiente. Para melhorar esta interação um novo conceito denominado de palmilhas termomoldáveis permite recrutar mais mecanoreceptores cutâneos podais (VILLENEUVE, 1996).
As correções posturais utilizando os receptores plantares são baseadas na localização da superfície plantar e na densidade dos elementos. Esta determinação dos locais de colocação é precedida pela avaliação postural (VILLENEUVE, 1996). Desta forma, a avaliação permite constatar a eficácia imediata da correção das assimetrias posturais, principalmente da coluna vertebral.

Introdução a Podoposturologia

Introdução a PodoposturologiaHá mais de 30 anos, alguns autores atribuíam um papel postural às palmilhas ortopédicas na prevenção das básculas da pelve, das escolioses e do tratamento das lombalgias. Naquela época as correções das básculas da pelve, através de aumento do salto, representam uma correção simplista, talvez um erro fisiológico. Na década de 80, Bourdiol desenvolveu um conceito terapêutico novo, onde as bases da correção postural não seriam somente mecânicas, e sim, neurológicas. A eficácia dessas estimulações plantares finas pode ser observada com um simples calço sob uma determinada eminência do pé para reduzir uma deformidade da coluna vertebral.
Desta forma, os conhecimentos da neurofisiologia propiciaram o surgimento da podoposturologia que tem como objetivo prevenir e tratar os transtornos da postura e do equilíbrio por intermédio dos receptores podais. Este método é indicada a todos os indivíduos que tem dificuldade de permanecer em pé ou sofrem nesta postura. Os pés são a evidência da base do equilíbrio estático e dinâmico. A planta dos pés é sensível a variações de deformação da ordem de 5 microns a 1 grama de pressão. Estas informações são instantaneamente transmitidas ao sistema nervoso central e comparadas às estimulações dos olhos, orelhas internas e da propriocepção. O sistema nervoso central em resposta, regula as oscilações por intermédio dos músculos extrínsecos e intrínsecos dos pés.
As palmilhas posturais permitem uma reprogramação postural. Os estímulos são decorrentes dos mecanoreceptores podais por elementos que variam de 1 a 3 mm de espessura e que são fixados nas palmilhas e ficam em contato direto com o pé O tipo de estimuladores são determinados em decorrência da resposta do tornozelo e da postura global.
O estímulo do pé vai objetivar os desequilíbrios tônicos e as disfunções nas informações que perturbam o equilíbrio e a boa integração dos tratamentos posturais. Na parte clínica (reflexos posturais) podem ser analisados por exames como a baropodometria, a estatocinesiometria, a estabilometria e radiografias.
As informações necessárias para a coordenação e regulação da postura dinâmica e estática são decorrentes da planta dos pés. O tônus muscular reage aos estímulos que são efetuados na região plantar (palmilha).
A indicação dos tratamentos podoposturais é vasta e se concentram nos transtornos funcionais idiopáticos. As indicações vão desde metatarsalgias a cefaléias, cervicalgias e distúrbios de circulação dos membros inferiores. O tratamento consiste na reprogramação postural por intermédio de palmilhas posturais. Se forem encontradas disfunções intrínsecas dos pés, são utilizadas palmilhas que visem o conforto e o alívio da dor. A prevenção do transtorno do equilíbrio e da postura permite uma melhor harmonia postural, tanto em indivíduos nas suas mais diversas profissões como também em atletas. Com um melhor equilíbrio, o indivíduo fadiga menos, suas possibilidades físicas e intelectuais melhoram (GAGEY e WEBER, 2000; ENJALBERT et al., 1996 e 1998; BESSOU,1996; RABISCHONG, 1996; ABADIE, 1994; VALLET, 1996; GAGEY, 1996; ROLF, 1999; BRICOT, 1999).

História da Podoposturologia Clínica

História da Posturologia ClínicaA posturologia é uma área de atuação que visa prevenir e tratar as alterações da postura e do equilíbrio por meio de exercícios, manipulações, manobras e órteses. Desde 1680, Borelli aplicou ao equilíbrio humano os princípios físicos descritos por Galileu e Newton. Vierodt em 1880, na Alemanha, descreveu que o corpo humano na posição ortostática oscila permanentemente. Marey, na França, iniciou os registros gráficos em fisiologia humana. Em 1953, Ranquet construiu a primeira plataforma de estabilometria. Ao passar dos anos 50, Baron descreve que as modificações proprioceptivas interferem na postura e muitas patologias podem ser tratadas com estimulações posturais ao nível dos órgãos sensoriais.
Da Cunha descreveu em 1979, a Síndrome da Deficiência Postural que é um transtorno do eixo corporal. Posteriormente, descrita também por Gagey (1981); Fukushima e Hinoki (1984); Villeneuve (1992) e Boquet (1995). Pierre-Marie Gagey desenvolveu a noção do Sistema Postural Fino (SPF) e organizou a avaliação clínica postural de acordo com os trabalhos sobre as reações do equilíbrio e do tônus postural de Romberg (1853); Babinski (1899); Magnus (1924); Thomas (1940); e de Fukuda (1961), entre outros.
Em 1984, foi criada a Associação Francesa de Posturologia que posteriormente em 1995, se transformou na Associação Postural e do Equilíbrio. Em 1995, Gagey e Weber publicaram um livro com o título de Posturologia e organizaram o primeiro congresso de posturologia. Em 2001, Lacour programou um curso denominado "Posturologia Clínica", dando ao estudo do pé uma importância postural e auxiliando na explicação teórica do sistema postural fino, além de relacioná-lo ao tratamento postural.
Villeneuve, em 1985, utilizou os conhecimentos da área da podologia no estudo e tratamento postural. Ledos (1956); Turpin-Rotival e Bregegere (1961), Ostermann (1965); Cecaldi e Moreau (1975); e Bourdiol (1980) descreveram as perspectivas clínicas na podologia, abordando temas relacionados com estudos da posturodinâmica, do esporão de calcâneo, das cadeias musculares e com as palmilhas posturais, utilizadas na terapêutica da postura. Colaboraram de forma marcante no desenvolvimento da Podoposturologia ou também conhecida como Posturopodia e criaram a Associação Internacional de Posturopodia, que evoluiu a partir de 2000, para Associação de Posturologia Internacional. A partir daí, foram organizados eventos e jornais para divulgar os assuntos pertinentes ao tema, além de um curso universitário denominado de "Fisiologia da Postura e do Movimento".
Em 1994, Marino e Villeneuve fundamentados nas pesquisas clínicas de Robin, (1928); Costen (1934); Saint-Anne Dargassie (1952); Baron (1953); Barelle (1971) e Meyer (1977) criaram e divulgaram a Posturodontia. Esta terapêutica postural utiliza as reações de orientação, a partir do sistema estomatognático, por intermédio de placas miorelaxantes ou de intervenções que modificam as faces vestibulares ou linguais dos dentes. Em 1996, Lemaire e Villeneuve, a partir das pesquisas em neurociências desenvolvidas por Paillard (1976); Bessou (1978); Nashner (1981); Roll (1981); Koch (1975); Massion (1997); Berthoz (1997) e das descobertas clínicas de Jones (1964); Upleger (1983); Chauffour (1985); Tricot (1992); Barral e Mercier (1983); Moneyron e Safin (2000) relacionaram os conhecimentos da podoposturologia com a terapia manual. Desenvolveu uma variante da terapia manual, a posturoterapia. Em colaboração com Boucher (2002), criaram o primeiro curso norte americano direcionado para a postura, denominado “Postura e Equilíbrio”.Com as descobertas clínicas em reeducação neuromotora de Mezieres (1948); Alexander (1957); Feldenkrais (1967); Piret-Beziers (1971) e Struyf-Denys (1976), a Posturoterapia passou a ser considerada como um método de organização postural funcional.

PODOPOSTUROLOGIA

Podoposturologia
A reprogramação postural através de palmilha é um método que auxilia na abordagem preventiva e terapêutica. Teve origem na escola francesa e busca integrar os conhecimentos entre a influência dos pés e a postura.As alterações nos padrões posturais observadas no exame de baropodometria, podem desencadear dores na região Iombar, quadril, joelho, tornozelo e pé. Estas alterações podem ser prevenidas e tratadas através de um novo conceito denominado de palmilha postural. Este conceito utiliza os princípios da neurofisiologia humana.Esta palmilha tem como objetivo, reduzir o pico de pressão e distribuir a força de reação do solo por toda a região plantar. Por estarem posicionadas entre o pé e o calçado, as mesmas aumentam a eficiência do controle postural durante a posição ereta, na caminhada e na corrida.Pode também, ser inseridos elementos de EVA com espessura de um a quatro milímetros em locais pré-definidos pela avaliação baropodométrica e parâmetros posturais. Estes elementos fornecem informações ao sistema nervoso e, como resposta, o corpo produz um reequilíbrio através das reações reflexas dos músculos, corrigindo as assimetrias posturais, nivelando a bacia, diminuindo a torção do tronco, contribuindo para a melhora da congruência das articulações e amenizando a sobrecarga, principalmente na coluna vertebral.As palmilhas mecânicas são indicadas para pé plano, pé cavo, calcâneo valgo, calcâneo varo, esporão de calcâneo, facite plantar, tendínites, metatarsalgias, perna curta, hálux valgo e dores na região plantar.O baropodômetro eletrônico é um equipamento desenvolvido para a análise dos pontos de pressão plantar exercido pelo corpo, tanto em posição estática quanto dinâmica (possíveis anomalias na marcha e na postura).
Consiste de uma plataforma barosensivel com sensores piezoelétrico com a mais alta concepção de tecnologia, conectado a um computador o qual utiliza um software apropriado para visualizar imagens coloridas e dados estatísticos, com um alto valor diagnóstico. Identifica agentes diretos ou indiretos que proporcionam ao indivíduo uma instabilidade corpórea, que mais tarde serão impressas sob a forma de gráficos ou planilhas.
Na Europa, o Baropodômetro é muito utilizado também em exames com pacientes diabéticos, para detectar as áreas de maior pressão nos pés, podendo assim aliviá-la evitando a formação de úlceras e em casos mais graves, a amputação dos pés.
Utilizando um programa de software, através da plataforma baropodométrica é possível detectar a estabilidade do corpo no espaço, ou seja, as oscilações posturais e o equilíbrio por meio da quantificação da posição corporal em relação a sua base de suporte que assegura o centro de gravidade dentro do polígono de sustentação.