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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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domingo, 18 de abril de 2010

Reprogramação Postural através de Palmilhas






PODOPOSTUROLOGIA - Reprogramação Postural através de Palmilhas

A reprogramação postural através de palmilhas é um método que auxilia na abordagem preventiva e terapêutica. Teve origem na escola francesa e busca integrar os conhecimentos da influência dos pés na postura.

As alterações posturais observadas na avaliação podem desencadear dores na região da coluna, quadril, joelho, tornozelo e pé. Essas alterações podem ser prevenidas e tratadas através de um novo conceito chamado palmilha postural. Esta palmilha é confeccionada por fisioterapeutas após criteriosa avaliação computadorizada dos pés e da postura corporal e tem como objetivo reduzir o pico de pressão da pisada e distribuir a força de reação ao solo por roda a região plantar corretamente. Por estarem posicionadas entre o pé e o calçado, as mesmas aumentam a eficiência do controle postural durante a posição ereta, na caminhada e na corrida.

"O funcionamento da técnica se baseia no princípio da correção da origem dos desequilíbrios encontrados no corpo."

Será avaliado as entradas sensório-motoras que podem perturbar a postura (Oclusão dentária, Vestíbulo-coclear ou labirintos, Óculo-motor e podal). Um dos frequentes locais de origem de distúrbios são os pés, como por exemplo, quando temos uma alteração no tipo da pisada isso resultará em uma alteração do funcionamento do tornozelo, como adaptação os joelhos irão ser sobrecarregados por compensação, o quadril e a pelve por sua vez irão também ser sobrecarregados pela alteração existente, e assim sucessivamente até que uma estrutura ou articulação no corpo não consiga se adaptar ao estímulo e irá provocar sintomas, como dor.

Pela avaliação baropodométrica e parâmetros posturais, são inseridos na planta dos pés elementos de etil-vinil-acetato (EVA) com espessura de 1 a 4 mm em locais pré-definidos. Estes elementos fornecem informações ao sistema nervoso e, como resposta, o corpo produz em reequilíbrio através de reações reflexas dos músculos, corrigindo as assimetrias posturais, nivelando a bacia, diminuindo a torção de tronco, contribuindo para a melhora da congruência das articulações e amenizando a sobrecarga na coluna vertebral, nos joelhos e nos pés.

INDICAÇÕES:
Palmilhas esportivas para a prevenção e tratamento de lesões em atletas de Futebol, tenis, volei, basquet, corrida,etc..

Pé plano ou cavo;
Calcâneo valgo ou varo;
Esporão de calcâneo;
Fascite plantar;
Tendinites;
Metatarsalgias;
Neuroma de Morton;
Diferença de comprimento de membros inferiores (perna curta);
Hálux valgo (joanete);
Artroses;
Dores na planta dos pés;
Dor na coluna, quadril, joelho e tornozelo;
Periostites (canelite);
Fratura por estresse.

Calos

Calos
O que é?
Calo é o acúmulo de pele morta no pé, formando uma área grossa e dura. Ele contém uma base em forma de cone que pode pressionar o nervo abaixo dele, causando dor. Calos são comuns no alto, dos lados e nas pontas dos dedos e podem ser causados por fricção nos calçados.

Causa:
Algumas causas comuns são meias ou sapatos apertados, salto alto, deformidade nos dedos ou calçados largos que deslizam no pé. Alguns são proeminências dos ossos e ficam entre os dedos. As complicações são: bursite e úlcera.

Tratamento e prevenção:
São muito simples de tratar e evitar. Deve-se usar sapatos apropriados com espaço extra para os dedos. Evite meias e calçados muito apertados ou soltos no pé.

Tendinite no tibial posterior

Tendinite no tibial posterior
O que é?
Quando há essa lesão, o tendão tibial posterior, que percorre o interior do tornozelo e do pé, não funciona de maneira correta para formar o arco do pé. Pode levar a dor no calcanhar, no arco do pé, fascite plantar e esporão. A tendinite no tibial posterior é caracterizada por dor na região interna do tornozelo e pode levar ou não a insuficiência do tibial posterior, que por sua vez, faz com que o arco do pé desabe, levando ao comprometimento da fáscia (fascite plantar). É importante salientar que a tendinite leva ao desabamento.

Causa:
É causada por overuse. Os movimentos repetitivos associados à fraqueza muscular levam ao processo inflamatório desse tendão. Pés chatos também podem favorecer essa disfunção.

Tratamento e prevenção:
A atividade deve ser limitada até que a dor e o inchaço melhorem. A volta às atividades deve ser feita lentamente para permitir que os tecidos cicatrizem. Indica-se uso de apoio para melhorar a sustentação do arco plantar reduzir a tensão sobre os tendões. Usar calçados com bom amortecimento também ajuda a evitar o problema

Fascite Plantar

Fascite Plantar
O que é?
Trata-se de uma inflamação na fáscia plantar, faixa de tecido fibroso localizada no interior do pé que vai do calcanhar até a base dos dedos, resultante do excesso tração de alongamento na fáscia plantar.

Causa:
Existem diversas causas para a fascite plantar, entre elas o pé chato, o arco do pé muito alto, aumento súbito da atividade física ou peso excessivo sobre o pé.

Tratamento e prevenção:
Dependendo da causa da tração excessiva da fáscia plantar, é possível determinar um tratamento eficaz. De maneira geral, exercícios de alongamento e uso de palmilhas que amortecem o impacto e apóiam o arco do pé são suficientes. Como cada vez que o pé atinge o solo a fáscia plantar é esticada, algumas ações podem prevenir esse tipo de lesão, como evitar correr em solo irregular, perder peso e utilizar tênis que apóie o arco do pé.

Metatarsalgia

Metatarsalgia
O que é?
É a dor na parte da frente embaixo do pé, correspondente à área dos ossos metatarsos, que se articulam com os ossos dos dedos.

Causa:
Essa dor pode surgir devido à anormalidade de um ou mais ossos dessa região, o que causa uma pressão maior contra o solo. Outros motivos podem ser o uso de sapatos com bicos mais finos, que comprimem os metatarsos, saltos altos, sobrecarga na região anterior do pé tanto pela atividade física excessiva quanto por atividades profissionais que exigem tempos prolongados sobre a região.

Tratamento e prevenção:
O primeiro passo é descobrir o que está causando o problema. No caso de uso de calçados ou na prevenção, prefira aqueles mais largos que não comprimam os metatarsos. Em algumas situações, são recomendadas palmilhas que diminuem a pressão nessa região

Neuroma de Morton

Neuroma de Morton
O que é?
O Neuroma de Morton é um problema comum nos pés associado à dor, inchaço e inflamação do nervo localizado normalmente na sola do pé, entre o terceiro e o quarto dedo. Os sintomas incluem dor pontiaguda, queimação e falta de sensibilidade na área afetada. O Neuroma de Morton pode causar adormecimento, formigamento e câimbras na parte de cima do pé.

Causa:
O Neuroma de Morton é um problema causado por uma função anormal do pé em resposta à irritação, ao trauma ou à pressão excessiva entre os metatarsos e o nervo interdigital, localizado entre o terceiro e quarto dedos. Portanto, a pressão causada na corrida, na caminhada ou em saltos pode levar ao problema. Além disso, calçados estreitos na frente podem apertar os dedos, causando desconforto e dor forte.

Tratamento e prevenção:
O primeiro passo no tratamento é escolher um calçado adequado, com a parte da frente alta e larga. Assim, os dedos não fiquem pressionados e alivia a dor. O próximo passo é usar uma palmilha específica para o problema.

Tendinite no tendão de Aquiles

Tendinite no tendão de Aquiles
O que é?
A tendinite é a inflamação do tendão calcâneo, também conhecido como tendão de Aquiles. A dor pode se desenvolver gradualmente sem nenhuma lesão. É caracterizada por dor na região posterior do calcanhar. Quando não é tratada, a lesão evolui para degeneração e até mesmo ruptura do tendão. É comum entre atletas, especialmente corredores de longa distância. Pessoas que sofrem de tendinite no tendão de Aquiles reclamam, freqüentemente, de sentir uma dor muito forte quando põe o pé no chão pela primeira vez de manhã ou depois de longos períodos sentadas.

Causa:
A causa mais comum da tendinite no tendão de Aquiles é a pronação exagerada. Outros fatores são: tendão curto, lesão no tendão ou deformidade no osso do calcanhar.

Tratamento e prevenção:
Atletas precisam de bastante alongamento para aquecer os músculos antes da atividade. Também devem diminuir a distância de suas corridas, evitar subidas íngremes e colocar gelo no local. Também se pode usar palmilhas para diminuir a pronação

Esporão de calcâneo

Esporão de calcâneo
O que é?
É um crescimento de um tecido ósseo anormal no osso do calcanhar. O desenvolvimento do esporão é dolorido. De acordo com a adaptação do pé, a dor fica mais controlada.

Causa:
Forma-se quando o tecido conjuntivo que vai da base dos dedos até o calcanhar, chamado de fáscia plantar, faz excessiva tração sobre esse osso calcâneo. Pode ser resultado de problemas como o pé chato, mas também pode se desenvolver naqueles que têm o pé cavo. O que também pode resultar no surgimento desse problema é o uso de sapatos com o calcanhar elevado, como os de salto alto.

Tratamento e prevenção:
A maioria dos esporões pode ser tratada sem cirurgia. O tratamento inclui exercícios de alongamento, perda de peso e uso de calçados que absorvam o impacto, em especial, do calcanhar. Como prevenção, dê preferência aos calçados com amortecimento

Dor no calcanhar

Dor no calcanhar







Confira causas e tratamentos para um problema que é o pavor de muitos atletas



Imagine uma pessoa com medo de colocar os pés no chão ao acordar, só por medo de sentir uma dor fortíssima nos calcanhares. Ela só consegue tocar o solo aos poucos, conforme a dor vai perdendo a intensidade.



É assim que se sente 10% da população nos Estados Unidos, de acordo com o site médico MedScape. No Brasil, ainda que não existam dados oficiais, são muitos os casos de pessoas com dor no calcanhar que chegam aos consultórios anualmente.



Para o médico José Eid, a dor no calcanhar geralmente está associada à fascite plantar. “Trata-se de um processo degenerativo não-inflamatório da fáscia plantar, que é uma estrutura fibrosa e espessa localizada na planta do pé e que se estende do osso do calcanhar até os dedos. O quadro clínico costuma ser crônico e durar vários meses”, afirmou.



O dr. Eid afirmou que a problema acomete muitos atletas profissionais e amadores. Ainda assim, qualquer pessoa que assuma atividades de intensa locomoção, como a corrida, ou mesmo aquela que trabalha em pé, está sujeita a esses episódios de intensa dor no calcanhar. Alterações no arco do pé – como pé cavo ou plano – podem levar a distúrbios mecânicos e, conseqüentemente, desencadear processos degenerativos da fáscia plantar.



“É muito comum o paciente receber ordens médicas para caminhar diariamente, a fim de perder peso e melhorar a capacidade cardiorrespiratória, e acabar com uma inflamação na fáscia plantar. Por outro lado, trata-se de um problema menor, em vista do que a obesidade e o sedentarismo podem fazer com uma pessoa”, disse o médico.



Na opinião de José Eid, o exame clínico e o histórico de saúde do paciente são os métodos mais importantes na detecção da doença. O quadro doloroso costuma se apresentar já nos primeiros passos ao acordar, melhorando progressivamente. “As radiografias simples do calcâneo podem mostrar um esporão plantar, mas sabemos não ser a causa da dor nesses pacientes, já que a presença ou ausência do esporão não altera a resposta dos tratamentos. Quando necessário, a ressonância magnética também entra em cena para detectar o processo inflamatório e excluir outras doenças osteoarticulares”, afirmou.



Como fazer o tratamento

O médico afirma que o tratamento geralmente é conservador de início, à base de antiinflamatórios, uso de palmilhas para absorção do impacto e fisioterapia. Para a maioria dos pacientes, o resultado alcançado é bom – com exceção de alguns casos que podem evoluir para um processo degenerativo crônico. O principal problema para atletas profissionais é ter de suspender temporariamente as atividades físicas.



“Quando o tratamento habitual falha, aquele feito por ondas de choque pode ser indicado. Com o auxílio de um equipamento desenvolvido com tecnologia de ponta, as ondas de choque (acústicas) são aplicadas na região da planta do pé, ativando a circulação sangüínea e promovendo a reparação do tecido. Os resultados clínicos têm se mostrado eficazes, com alívio dos sintomas e breve retorno às atividades habituais. Vale ressaltar que o procedimento não é considerado doping, estando plenamente liberado para esportistas profissionais”, disse.



José Eid explica que o procedimento é realizado por um médico ortopedista com certificação e treinamento realizado pelas sociedades médicas existentes. “A Terapia por Ondas de Choque é uma alternativa ao tratamento cirúrgico, com 85% de resultados satisfatórios no tratamento da fascite plantar. Além de ser bastante eficiente, o tratamento não é invasivo, não oferece riscos e descarta a necessidade de anestesia”, falou.



A Terapia por Ondas de Choque é utilizada em mais 40 países, com trabalhos científicos com níveis de evidência moderados a elevados, e com aprovação de órgãos na Comunidade Européia, Canadá e nos Estados Unidos, como o FDA (Food and Drug Administration).



Fonte:

* Dr. José Eid é médico, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Terapias por Ondas de Choque e Membro da Diretoria da Sociedade Internacional de Terapia por Ondas de Choque (2002-2008).

Antiinflamatórios para tratar lesões esportivas

Antiinflamatórios para tratar lesões esportivas






Saiba a opinião médico-esportiva sobre o uso desse tipo de medicamento



Por Odara Gallo



É só a dor aparecer para alguém dar o seguinte conselho: “Nem precisa ir ao médico, com certeza ele vai te passar um antiinflamatório”. Parece simples tomar por conta própria um medicamento que tira a dor. Mas a função desse tipo de remédio vai muito mais além de anestesiar o corpo. “Esses medicamentos são mais utilizados nas lesões traumáticas agudas pela sua função analgésica e em algumas lesões crônicas também, mas sempre a critério do médico e somente quando é por ele prescrita”, alertou Ricardo Munir Nahas, ortopedista, médico do esporte e diretor científico da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBME).



Para entender a função dessas substâncias é preciso saber também como funciona o corpo quando existe uma lesão. Nesses casos, o organismo tende a desenvolver uma série de sintomas para evitar que o corpo se movimente com facilidade e agrave o problema, como a dor e os inchaços. Com o passar do tempo, o organismo tende a regredir nesse processo e o tratamento pode começar a ser realizado. Mas para que isso aconteça rapidamente, os médicos aplicam os antiinflamatórios. “O uso de antiinflamatórios ajuda no processo de recuperação no atleta, pois acelera esse processo natural para que o médico possa realizar o tratamento”, explicou Renato Romani, médico do esporte e professor do CEMAFE (Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte) da Unifesp.



Mas existe um cuidado especial que o atleta deve tomar quando faz tratamento com antiinflamatórios, que é o fortalecimento por meio de fisioterapia. “Toda vez que se intervém em um processo natural do corpo, é preciso fortalecer a musculatura e os ligamentos. Por isso, a fisioterapia é indispensável”, afirmou Renato Romani. Além disso, é preciso procurar orientação média para que o efeito seja um aliado do tratamento da lesão e não apenas um regulador de sintomas.



Qual antiinflamatório é o seu?

A pergunta parece estranha se levarmos em consideração que esses medicamentos devem ser recomendados apenas por profissionais e em casos específicos, mas na prática não é bem isso que acontece. Muitos atletas têm na ponta da língua nomes de diferentes remédios, qual é melhor para cada tipo de sintoma. Mas essa prática pode ser perigosa.



“Existem atletas que usam indiscriminadamente o antiinflamatório. Às vezes, até depois do treino por causa da dor. Mas é preciso entender que a dor excessiva após o treino é resultado de um erro no processo de treinamento e tirar a dor com medicamentos pode mascarar uma lesão mais séria e gerar um estresse no organismo, pois a lesão se potencializa”, explicou Romani.



Isso significa que aqueles atletas que acham que tomar um antiinflamatório para amenizar a dor não causa nenhum dano podem começar a se preocupar. Além de esconder uma lesão mais grave, os efeitos colaterais de um medicamento sem prescrição podem ser ainda mais incômodos. “Aqueles que são suscetíveis podem ter alergia, dores de estomago e alterações intestinais em intensidades variadas, entre outros”, diz Ricardo Nahas.

Previna e trate a joanete

Previna e trate a joanete





Os pés de um corredor nunca são perfeitos, mas a joanete, além de esteticamente feia, incomoda e machuca. Confira alternativas para evitá-la e tratá-la



Por Glauber Alvarenga*



O “halux valgo”, popularmente conhecido como joanete, trata-se de uma deformidade muito freqüente na população adulta que, além de ser um problema estético, pode trazer dores e limitações aos corredores.


Diferentemente do pensa a maioria, o joanete não é o crescimento de um novo osso no pé, e sim uma deformidade gerada no hálux (dedão), gerada pela rotação do dedo associada ao desvio angular na direção do segundo dedo, formando, então, a protuberância comumente encontrada nos casos de joanete.



Com a deformidade instalada, os tecidos como bursas, tendões e ligamentos são sobrecarregados, resultando no surgimento de processos inflamatórios e conseqüentemente de dor. Os principais sintomas são:



- Dor na região da planta do pé e/ou na região interna do halux;

- Alteração da marcha;

- Podem existir calosidades na região plantar (sola do pé), região dorsal e entre os dedos;

- Pode haver crepitação (estalido) durante movimentação do dedo



Alguns fatores são responsáveis pela existência da joanete. Entre eles está o fator biomecânico, ou seja, anormalidades ósseas ou uma marcha inadequada do indivídio, que, ao longo do tempo, gera sobrecarga e deformidade na articular. Outro fator pode ser é o uso de calçados inadequados, sobretudo salto alto e bico fino, e, por isso, podemos entender porque as mulheres são muito mais acometidas que os homens, cerca de 20 vezes mais chances de adquirir esse problema.



Preniva e trate
É possível prevenir joanetes mesmo no caso de quem tem predisposição genética. Os médicos recomendam usar sapatos adequados, confortáveis para os pés, de bico largo e couro maleável, de modo a evitar a fricção com a pele. Como o pé é a parte do corpo mais castigada e exigida, é preciso proporcionar-lhe o maior conforto possível, usando calçados adequados. O uso de palmilhas e protetores também é comum e, em casos avançados, é necessária a utilização de órteses especiais que devem corrigir a mecânica do pé e diminuir a instabilidade.



O tratamento nos casos iniciais pode ser realizado com fisioterapia, em que serão utilizados recursos eletroterapêuticos para melhora da dor e inflamação e exercícios de fortalecimento dos músculos específicos dos dedos.



Nos em que já exista um comprometimento severo a conduta pode ser a cirurgia. Diversas são as técnicas cirúrgicas, mas na maioria das vezes ocorre a osteotomia, ou seja, a retirada de uma parte do osso com a finalidade de alinhar a articulação, assim como era antes do procedimento.



* Glauber Alvarenga é fisioterapeuta esportivo do Instituto Vita e especialista em reabilitação músculo-esquelética da Santa Casa de São Paulo.

Pimenta para correr

Pimenta para correr






:: TEXTO CASSIO WAKI

:: ILUSTRAÇÃO MR. GUACHE



Lágrimas, suor e o desejo por um copo d'água o mais gelado possível. O aparente sofrimento, na verdade, é o que dá prazer e graça ao sublime momento em que se come um prato preparado com pimentas. Mas é só para incrementar o tempero que ela serve? “A pimenta tem outras características muito importantes e desconhecidas da maioria das pessoas”, afirma Alexandre Merheb, médico nutrólogo especializado em esportes. Ela é antioxidante, bactericida, pode proteger o sistema digestivo, combater tensões musculares e ajudar o tratamento de reumatismos articulares. Ou seja, um ótimo alimento para o cardápio do esportista.



Antioxidante

O organismo produz radicais livres - substâncias tóxicas formadas a partir do oxigênio, que reagem aleatoriamente com todos os componentes celulares. Nessa reação, destroem células estranhas, o que é importante para proteger o corpo. Mas, quando estão em excesso, atacam também as células sadias. O exercício físico muito intenso provoca uma produção maior de radicais livres. Nesse caso, os antioxidantes - como as vitaminas A e E, o betacaroteno e os flavonóides - são fundamentais para neutralizar os radicais livres antes que eles matem células sadias. Aí entram as pimentas como a dedo-de-moça, que fornece vitaminas A, E e betacarotenos. “A pimenta é um alimento funcional, portanto seus benefícios devem ser encarados em longo prazo. O ideal é utilizá-la no dia-a-dia”, explica Marília Fernandes, nutricionista da Total Salute Nutrição & Estilo de Vida, especialista em Nutrição Esportiva pela Unifesp.



Bactericida

Quando o sistema de refrigeração não existia, o ser humano conservava os alimentos de diversas maneiras e uma delas era colocando pimentas nas carnes, por exemplo. “Elas possuem propriedades bactericidas, ou seja, eliminam vários tipos de bactérias que estragariam o alimento”, afirma Susana Gasparri, farmacêutica especializada em fitoterapia do Laboratório Bionatus. Depois que congeladores e geladeiras foram inventados, esse uso das pimentas foi deixado de lado, mas elas cumprem exatamente o mesmo papel no auxílio do sistema imunológico do ser humano. “A pimenta fortalece o organismo porque elimina bactérias que poderiam trazer malefícios principalmente ao sistema digestivo”, diz a farmacêutica.



Estômago e intestino

Esse é um tema delicado quando se trata de pimentas. Por um lado, ela representa um perigo para quem tem gastrite ou hemorróidas e, dependendo da freqüência e quantidade em que é ingerida, pode provocar uma úlcera gástrica. “Ela aumenta a secreção de saliva, bile e dos ácidos estomacais”, afirma o nutrólogo Alexandre Merheb. Por isso, pode ser uma agressão ao estômago ou ao intestino sensível. Por outro lado, essa quantidade extra de secreção ajuda a digestão em pessoas sem problemas estomacais. Claro que o exagero pode ser prejudicial para os dois casos.

Por precaução, pessoas que não estão acostumadas com alimentos picantes não devem consumi-los na véspera de uma prova. “Caso algum corredor introduza a pimenta pela primeira vez em seu cardápio pré-prova, ele pode sofrer algum problema gástrico durante a corrida”, alerta Marília Fernandes. “A alimentação pré-treino e pré-corrida deve permanecer à base de carboidratos”, completa.

A pimenta não desidrata o corpo, como pode parecer, mas também não é uma fonte de energia para a corrida. Por isso, o consumo antes da prova nem ajuda nem atrapalha sua performance. Só atrapalha, claro, caso provoque um mal estar no estômago.



Medicamento natural

As propriedades medicinais de algumas substâncias da pimenta já foram comprovadas, o que lhe deu também a classificação de alimento funcional. Inclusive, serve de matéria-prima para remédios e emplastros - aqueles adesivos que aliviam dores musculares ou de reumatismo. “Os remédios são usados no tratamento de desordens gastrointestinais, enjôos e na prevenção de arteriosclerose, derrame e doenças cardíacas”, afirma Susana. Ela alerta, porém, para o perigo de se automedicar: Í “altas doses da droga ou do fruto, se administradas por longos períodos, podem causar gastrite crônica, danos renais, danos hepáticos e efeitos neurotóxicos”.



:: Curiosidades



:: Pimenta do reino faz mal à saúde? - “Não se recomenda a ingestão por quem tem próstata grande, porque ela pode agravar o processo inflamatório”, avisa Merheb.



:: Menos picante - as principais responsáveis pela ardência da pimenta são as sementes e a placenta, no interior do fruto. Caso queira moderar a picância da refeição, utilize somente a casca.



:: Água, Água! Quando comemos um prato muito ardido, a primeira coisa que vem à mente é tomar um copo d'água. É errado. Pode não parecer, mas a água acentua a sensação de dor. O melhor são os derivados do leite, porque possuem caseína, uma substância que retira a capsaicina dos receptores nervosos localizados na boca. Por isso, alguns pratos da culinária indiana são acompanhados de molho de iogurte.



:: Altas temperaturas - não há explicação científica de por que se consome muita pimenta em países quentes como Tailândia, Índia e México. “Pode ser uma questão histórica, já que a pimenta teve origem onde hoje é o México e se espalhou com as Navegações”, explica Hilário. “Não há nada de ruim em consumi-la no verão”, completa Merheb.





:: Tipos de pimentas



Os primeiros registros da presença de pimentas são de 9.000aC, no México. Com o descobrimento das Américas, o fruto foi difundido por todo o mundo. Na Europa, havia apenas uma categoria, a piper, que é pouco picante. “No Brasil, as mais consumidas são a malagueta, dedo-de-moça ou caiena e cumari”, afirma Hilário Filho, um “Chile Head” ou conhecedor de pimentas. As três são do tipo capsicum. Para elas, vale o alerta: “quanto mais vermelha, mais madura e, portanto, mais ardida”, diz Hilário. Conheça as mais comuns:



PIPER

Pimentas pretas

São pequenas bolinhas coloridas originárias do continente africano. “Elas geralmente são moídas e consumidas em pó”, afirma o Chile Head.



CAPSICUM

Pimenta Jalapeño
Originária do México, é consumida in natura ou em pó e molhos. É bem aromática e tem picância média: 30.000 SHU - Unidades Scoville, escala de picância (ou pungência).

Pimenta Americana
Menos picante e menos aromática, chega a ser considerada doce. É usada como substitutivo do pimentão.

Pimenta Dedo-de-Moça
Tem pungência (picância) e aroma suaves. É consumida fresca, em molhos, conservas ou desidratada (pimenta calabresa).

Cambuci
De pungência doce e aroma suave, usada em saladas ou cozidos.

Pimenta de Cheiro
Cultivadas principalmente em Goiás e na região Norte, sua pungência varia de suave a bem picante. Uma das principais características é o aroma marcante. Usada em saladas, como condimento para carnes e peixes.

Pimenta Bode
Bem picante e aromática, usada para preparar carnes, arroz e feijão. As mais maduras (vermelhas ou amarelas) costumam ser mantidas em conservas.

Pimenta Cumari-do-Pará
Também é picante e aromática, usada principalmente em conservas.

Pimenta Murupi
Tem picância de média a alta e aroma forte. Usada na forma de molho ou conserva, mais comum na região Norte do País.

Pimenta Malagueta
Originária da Bacia Amazônica, é cultivada principalmente em Minas, Bahia e Goiás. É uma das mais conhecidas e consumidas no Brasil, em pratos de peixes, acarajés, carnes ou como molho e conserva. Tem picância média a alta e pouco aroma.

Red Savina - a mais ardida
A pimenta mais ardida do mundo é a Red Savina Habanero, com 570.000 SHU

Pimenta Cumari
Muito picante e com pouco aroma, é usada principalmente em conservas.




REVISTA O2 - EDIÇÃO 21

Identifique e corrija erros posturais na corrida

Identifique e corrija erros posturais na corrida


Braços e tronco bem-posicionados são fundamentais para sua mecânica de corrida ser eficiente. Confira os erros mais comuns e como corrigi-los

Por Odara Gallo

A individualidade dos movimentos e a biomecânica de cada atleta é uma espécie de impressão digital da corrida. Com exceção dos pelotões de quenianos que mais parecem um exército, é difícil encontrar dois corredores com os movimentos exatamente iguais. E isso não é motivo para preocupação. Afinal, a corrida deve estimular a naturalidade do corpo. “Para correr bem não é preciso fazer força. Os movimentos não devem ser contraídos”, afirmou Mário Sérgio Silva, diretor técnico da Run&Fun.

Ainda que a corrida ideal tenha que ser algo natural e harmônico, existem os erros mais comuns cometidos pelos corredores. Uns são causados por vícios de movimentos, outros por desvios posturais, mas para todos eles existe solução. Seja por meio de exercícios educativos, estímulo da consciência corporal ou mesmo musculação, é possível melhorar. “Muitos corredores ignoram a importância do trabalho de força para melhorar na corrida. A questão da postura correta é um dos principais motivos para que os exercícios de musculação sejam feitos”, disse o Mário Sérgio. O treinador citou como exemplo o fortalecimento do abdômen para melhorar a posição do tronco. Além disso, músculos mais resistentes evitam lesões e protegem o atleta. “O corredor que não faz musculação tem uma vida mais curta na corrida”, falou.

Veja quais são os erros de postura mais cometidos pelos corredores e como se livrar deles:

:: Colocar muita força na mão
Correr com a mão tensionada, ou seja, fechada com muita força, não é recomendado. Isso faz com que o atleta gaste energia desnecessariamente.

O correto é manter a mão relaxada, nem muito fechada nem aberta. “Para saber a medida, imagine que está segurando uma garrafa de modo que o dedão fique como se estivesse tampando o gargalo”, explicou o treinador.

:: Rotação lateral do tronco
É quando o atleta balança o tronco de um lado para o outro, com o movimento que se assemelha a um lutador de boxe. “Esse ´gingado´ é prejudicial ao rendimento, pois o deslocamento na corrida deve ser para frente e não para os lados. Além disso, a quantidade elevada de repetições deste movimento predispõe a lesões no quadril”, alerta Luciane Macias, assistente de conteúdo técnico da O2 e treinadora da assessoria esportiva Infinitum.

Para corrigir esse erro, Luciane indica os educativos de corrida. “Como, em sua maioria, esses exercícios exigem que se mantenha o quadril alinhado e o tronco completamente ereto, eles ajudam a melhorar a postura nesses casos”, completou. (Clique aqui para ver exemplos de educativos)

:: Correr sem movimentar os braços
Os braços devem formar um pêndulo ao lado do corpo. Quando esses membros não se mexem de maneira harmônica, não há um aproveitamento adequado do movimento. “Os braços auxiliam no equilíbrio e até na impulsão da corrida. Costumo dizer que eles são a terceira perna”, falou Mário Sérgio.

Como solução para esse problema, o treinador indica que o corredor fique na frente do espelho e faça o movimento da corrida, como se estivesse correndo parado. Os braços devem ficar paralelos ao corpo como se duas linhas puxassem um de cada vez para frente e para trás. “Isso melhora a consciência corporal e ajuda o atleta a executar corretamente na hora do treino ou prova”, disse.

:: Alinhamento do tronco
A posição correta do tronco durante a corrida é ligeiramente inclinado para frente e não totalmente ereto. “Aqueles que correm com o tronco ereto, ou até um pouco para trás, vão contra a mecânica natural do corpo e fazem muito mais esforço”, explicou Mário Sérgio.

O corredor deve ficar atento à sua postura e se projetar um pouco para frente, mas com a coluna reta. Muitos, na tentativa de corrigir essa posição, acabam por incidir em outro erro que será descrito a seguir.

:: Ombros projetados à frente
Em vez de jogar todo o tronco para frente com a coluna alinhada, alguns atletas projetam apenas os ombros, fechando o tórax. Na intenção de corrigir a postura, esse atleta comete outro erro. “Essa postura atrapalha o corredor por deixar a região do tórax mais fechada”, disse o treinador. O resultado disso é que, além de tensionar desnecessariamente a região do trapézio, o peitoral mais fechado dificulta a captação de oxigênio.

O problema postural pode ser solucionado com exercícios musculação para levantar os ombros. Aqueles com casos mais acentuados podem recorrer ao RPG ou Pilates.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO APOIO PLANTAR PRÉ E PÓS O USO DE PALMILHAS PROPRIOCEPTIVAS

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DO APOIO PLANTAR PRÉ E PÓS O USO DE PALMILHAS PROPRIOCEPTIVAS




Resumo: A Podoposturologia é uma área do conhecimento que abrange postura corporal humana. Utiliza as palmilhas proprioceptivas com a finalidade de prevenir e tratar alterações posturais. O objetivo foi analisar a influência das palmilhas proprioceptivas através de uma plataforma de força, para verificar a distribuição da descarga do apoio plantar anterior, posterior, lateral direito e lateral esquerdo pré e pós o uso da palmilha. A pesquisa foi realizada com 56 indivíduos adultos, com idade entre 30 e 40 anos, sendo 32 homens e 24 mulheres. Os resultados obtidos apontaram diferença significativa na descarga de peso no apoio plantar anterior, posterior e lateral direita e lateral esquerda entre os momentos pré e pós para a variável da distribuição do apoio plantar (p ≤ 0,01). Conclui-se que os indivíduos obtiveram uma melhor distribuição do apoio plantar após o uso das palmilhas proprioceptivas. Estas palmilhas favorecem uma melhor distribuição do apoio corporal entre os pés e um equilíbrio corporal devido, possivelmente, a uma melhor organização do tônus muscular e postural.
Palavras Chave: Palmilha Proprioceptiva, Protocolo CNT, Descarga de Peso.
Abstract: Podoposturology is a knowledge field that has a postural approach. Using the principle of proprioceptive insoles that are plantar orthosis with the aim of prevent and treat orthopedic and postural dysfunctions. The objective was to analyze the influence of proprioceptive insoles throughout a force platform, to verify the distribution of the anterior, posterior, right-hand side and left-hand side plantar support before and after the use of the insoles. The research was done with 56 adult subjects with average age of 30 and 40 years old, being 32 man and 24 women. The obtained results pointed to a significant difference in anterior, posterior and right-hand side and left-hand side weight discharge on plantar support between the moments (before and after use of insole) in plantar support weight displacement variable (p≤0,01). We can conclude that the subjects obtained a better distribution of plantar support after the use of the proprioceptive insoles. Those insoles gives a better distribution of body support between the feet and a better body balance due to, possibly, to a better organization of muscle and postural tone.
Keywords: Proprioceptive insole,CNT Protocol, Weight Discharge.
INTRODUÇÃO
Uma das tarefas mais importantes do controle postural humano é a do equilíbrio do corpo sobre a base de apoio fornecida pelos pés. O sistema podal é uma ferramenta importante do sistema nervoso central (SNC) no controle da postura. O SNC utiliza as vias motoras ascendentes, que recebem informações podais, para controlar as posições dos pés e do corpo e para coordenar os movimentos posturais em relação ao meio externo [1].
Desde que os humanos adotaram a postura ereta bípede, eles têm sido desafiados pela força da gravidade para manter o equilíbrio do corpo sobre a pequena área de suporte fornecida pelos pés [2].
Para o indivíduo ter uma boa postura o centro de gravidade deve se localizar no polígono de sustentação, pois um centro de gravidade fora do alinhamento diminui os limites de estabilidade do indivíduo e compromete os padrões normais de movimento [2].
O homem se estabiliza em seu meio ambiente utilizando as informações oriundas de seus órgãos sensoriais e sensitivos em relação com o meio ambiente. Este mecanismo de controle postural está fundamentado na coordenação intrínseca entre o sistema vestibular, o sistema visual e as informações táteis e proprioceptivas dos pés. Esses três estímulos sensoriais fornecem ao individuo informações a respeito da orientação postural [3,4].
Portanto, o pé é uma estrutura que esta em contato com o solo e controla a distribuição da
pressão plantar, o apoio, a absorção de impacto, o equilíbrio, o impulso, suporta o peso e ajusta a postura na posição ereta [3,4].
O comportamento do sistema sensorial de controle na postura pode ser avaliado de forma não invasiva pela baropodometria, utilizando-se uma plataforma de força.
A podoposturologia é uma área que possui uma abordagem postural através de prevenção e tratamento usando o princípio das palmilhas proprioceptivas termo moldáveis criadas em 1980 por Bordiol [5]. Este princípio está fundamentado na ação de peças podais muito finas que são colocados sob a pele e músculos plantares. Estas peças estimulam os mecanorreceptores da região por uma deformação mínima através de pequenos relevos fornecendo informações ao sistema postural. Como resposta, o SNC produz o reequilíbrio postural através das reações reflexas tônicas musculares e corrige as assimetrias posturais [3,5,6].
A escolha destas peças podais corretivas será feita em função da avaliação clínica com o intuito de identificar a origem da disfunção [5].
O presente estudo teve por objetivo analisar a influência das palmilhas proprioceptivas termo moldáveis para verificar a distribuição da descarga do apoio plantar anterior, posterior, lateral direito e lateral esquerdo pré e pós o uso da palmilha em indivíduos adultos.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa do tipo pré-experimental, analítico consecutivo transversal não controlado, sendo realizada no Laboratório de Marcha e Equilíbrio da Escola de Terapia Manual e Postural na cidade de Londrina – PR.
A amostra (n=56) foi composta aleatoriamente por 56 indivíduos saudáveis de ambos os sexos, sendo 32 homens e 24 mulheres, com idade média de 36,18 anos (desvio padrão de 3,2), pesando em média 67,4 kg (desvio padrão de 13,9) e medindo em média 168,09 cm2 (desvio padrão de 10,9).
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba - UNIVAP, sendo que os voluntários selecionados para o estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido contendo informações que os deixaram cientes do objetivo, dos procedimentos e orientando que o mesmo não envolve risco à sua saúde.
Os materiais e equipamentos utilizados foram: Notebook, Baropodômetro de procedência italiana da marca FOOTCHECKER® com programa computadorizado versão 1.1.2.0. de análise dos dados e uma plataforma equipada com 2.700 sensores piezoelétricos de pressão dispostos em uma área de 289 cm2 (17cm x 17cm), com tempo de coleta de 30 segundos, placas de EVA(etilvenilacetato) de 2mm e 3mm, Palmilha termo moldável, Podomix®, Podolixadeira® Plus Profissional, Moldador de Palmilhas da marca Podaly®, Soprador Térmico Profissional, Gabaritos Podaly® (masculino e feminino), Botas Plásticas Podaly®, Plantigrama.
O Baropodômetro foi colocado a 1 metro de distância da parede e os voluntários foram orientados a se posicionar em pé sobre o mesmo, em apoio bipodal, estático e imóvel, descalço, olhando para o horizonte, em um ponto de referência fixado na parede na altura de seus olhos. A analise baropodométrica foram obtidas durante 30 segundos.
Os voluntários foram avaliados pelo protocolo CNT. O protocolo CNT é um meio de avaliação postural em podoposturologia que possui três aspectos a serem observados nas avaliações e reavaliações dos tratamentos com palmilhas proprioceptivas [5,8]
Nesta avaliação o individuo deve permanecer em pé. São observadas as variáveis independentes descritas no protocolo CNT. São elas: A) comprimento dos membros superiores; B) nível das cristas ilíacas; C) teste dos polegares ascendentes na região para vertebral da coluna e das espinhas ilíacas postero superior ou teste de bassani [7].
No estudo foram utilizadas somente três peças podais corretivas. Sendo: uma barra infra capital (BIC) e dois elementos infra cubóides (EIC). Estas peças são fixadas nas palmilhas e ficam sob a pele e músculos ativando os mecanorreceptores da região plantar através de uma deformação mínima e fornecem informações ao sistema postural.
Após definir as peças podais corretivas que cada voluntário necessitou foi confeccionada uma palmilha termo moldável. Os voluntários foram orientados a usarem as palmilhas pelo menos 3 horas por dia na primeira semana, passando por um processo de adaptação e após esta primeira semana poderiam usar por mais tempo.
O experimento com palmilhas proprioceptivas termo moldáveis durou dois meses. Sendo realizadas duas análises baropodometrica, uma no inicio do uso da palmilha e a outra após o segundo mês de uso da palmilha.
Em cada fase, foram colhidos dados baropodométricos da porcentagem da descarga de peso no apoio plantar anterior, posterior, lateral direita e lateral esquerda, caracterizando a distribuições da descarga de peso no apoio plantar.
A coleta, organização e descrição dos dados foram feitas pelo Software Microcal Origin 6.0 para realizar a análise comparativa através do teste T-Student com índice de significância de p<0,05 dos dados baropodométricos obtidos e na montagem das figuras com os resultados alcançados.
RESULTADOS
Diferenças estatisticamente significante foram encontradas quando comparadas as descarga de peso do grupo de indivíduos antes e após o uso das palmilhas. A comparação entre as descargas de peso no apoio plantar Anterior Pré e Pós palmilha, foi estatisticamente significante com valor de p igual à: 0,0000004 respectivamente, com média de 47,97% (DP de 6,48%) pré-palmilha e média de 43,74% (DP de 5,82%) pós-palmilha. Na comparação entre as descargas de peso no apoio plantar Posterior Pré e Pós-palmilha foi estatisticamente significante com valor de p igual à: 0,0000007, respectivamente com média de 51,96% (DP de 6,44%) pré-palmilha, e média de 56,11% (DP de 5,83%) pós-palmilha. O mesmo foi observado na descarga de peso lateral Esquerdo (p = 0,00009) com média de 43,65% (DP de 7,68) pré-palmilha e média de 47,61% (DP de 3,32) pós-palmilha e observou na descarga de peso lateral Direito (p = 0,00007), com média de 56,37% (DP de 7,67%) pré-palmilha e média de 52,32% (DP de 3,38%) pós-palmilha.
Na Figura 1 observou-se que antes do uso da palmilha os indivíduos deslocavam o apoio plantar para região anterior dos pés e para o lado direito e pós o uso das palmilhas ocorreu um deslocamento da área de descarga do apoio plantar para região
posterior e para o lado esquerdo, melhorando a distribuição do apoio plantar entre os pés.
PosteriorAnteriorEsquerdoDireitoDescarga de Peso (%)Descarga de Peso (%)060402040206060 40 20 0 20 40 60 Pré Pós
Figura 1 - Ilustração da média do deslocamento da área de descarga de peso Pré e Pós usam de palmilha.
DISCUSSÃO
Vários autores descreveram a baropodometria como sendo um bom complemento na rotina de avaliação de patologias que possam vir a interferir no controle do equilíbrio corporal [2,4,6].
Segundo Bienfait [6], os apoios dos pés no chão condicionam toda estática. Não há boa estática sem bons apoios, sejam as deformidades dos pés causa ou conseqüência da estática deficiente. Para Bricot [3], uma deformidade dos pés repercutirá sempre mais acima e necessitará de uma adaptação do sistema postural. A integridade desse sistema desempenha um importante papel na manutenção do equilibro.
O uso de elementos corretivos em palmilhas contribui com uma reprogramação postural através do alinhamento dos segmentos corporais, atuando no sistema postural fino [6].
No gráfico 1 observa-se uma diminuição na média da descarga de peso na parte anterior dos pés e um aumento na descarga de peso na parte posterior dos pés após o uso da palmilha. No lado esquerdo ocorreu um aumento na descarga de peso e houve uma diminuição na descarga de peso no lado direito após o uso da palmilha. Essa mudança deve-se a uma melhor distribuição do apoio plantar entre os pés e melhor estabilidade postural.
Modificações proprioceptivas interferem na postura. Muitas patologias podem ser tratadas com estimulações posturais ao nível dos órgãos sensoriais. As deformidades da coluna vertebral podem ser reduzidas após estimulações plantares com calços podais [4, 9, 10, 11].
Os mecanorreceptores podais detectam variações de pressão na ordem de 300 miligramas e são ativados com uma deformação mínima de 5 microns, através de relevos de 1 a 3 milímetros [7, 9].
A mensagem cutânea aferente vinda do pé informa ao sistema nervoso central sobre a posição do corpo e induz uma resposta postural regular adaptativa [9, 10, 11].
Manfio et al. [13], descreve que aproximadamente 60% do peso corporal estão distribuídas nos calcanhares, no máximo 5,2% localizam-se no meio do pé, 31% a 38% na região da cabeça dos metatarsos e no máximo 2% na região dos dedos.
Este resultado vem ao encontro dos achados na pesquisa, em que a média da descarga de peso ficou maior na região posterior após o uso das palmilhas, com 56,11% do peso na parte posterior ficando perto da normalidade.
Estes resultados estão de acordo com os trabalhos descritos por Gagey e Weber [4], eles descrevem que os pés são considerados como
entradas sensoriais devido à alta quantidade de receptores em sua planta e são causadores de desequilíbrios posturais ascendentes.
A utilização de palmilhas proprioceptivas foi ao encontro do pensamento de Nasher [14], onde ele descreve que a manutenção da estática postural é um complexo mecanismo de controle alimentado por um fluxo de impulsos neurológicos provenientes de estímulos proprioceptivos (neuromusculares), cujas informações são processadas pelo sistema nervoso central e retornam pelas vias eferente para manter o controle do equilíbrio corporal pela contração dos músculos antigravitários.
CONCLUSÃO
Este estudo demonstrou que os indivíduos obtiveram uma melhor distribuição da descarga do apoio plantar entre os pés e um melhor equilíbrio corporal após o uso das palmilhas proprioceptivas termo moldável devido, possivelmente, a uma melhor organização do tônus muscular e postural.
Como sugestão para trabalhos futuros, aspectos como faixa etária, gênero, patologias, parâmetros estabilométricos podem ser analisados.
REFERÊNCIAS
[1] Horak, F. B.; Shupert, C. L. Função do Sistema Vestibular no Controle Postural. In: Herdman, S.J. Reabilitação Vestibular, 2. ed. São Paulo: Manole, 2002.
[2] Duarte, M., Analise estabilográfica da postura ereta humana quasi-estática, 2000. 252 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física). Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
[3] Bricot, B. Posturologia. São Paulo: Ícone, 1999.
[4] Gagey, P. M ; Weber, B. Posturologia: Regulação e distúrbios da posição ortostática. 2. ed. São Paulo: Manole, 2000.
[5] Przysiezny, W. L.; Podoposturologia – Reprogramação postural através de palmilhas: prescrição e confecção de palmilhas posturais. Polígrafo, Londrina, 2006.
[6] Bienfait, M. Os desequilíbrios estáticos: filosofia, patologia e tratamento fisioterápico. 3.ed.São Paulo: Summus, 1995.
[7] Ceci, L.A.; Salgado, A.S.I.; Przysiezny, W.L.; Modificação das aferências sensitivas podais e sua influência na amplitude. Rer. Fisio Magazine, 2004; v.1, n 03, 116-119.
[8] Villeneuve, P.H. Coord. Sensibilité Plantaire Et Équilibre. In. Villeneuve, P.H. Coord., Pied equilibre & posture, Paris. Éditions Frison-Roche, 1996, 43-59.
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[10] Mattos, H. M.; Pryzsiezny, W. L. Análise baropodométrica da influência podal na postura. Rev. Terapia Manual Fisioterapia Manipulativa, 2004; v.3, n 01, 240-246.
[11] Moraes, S. T. Przysiezny, W. L.; Estudo da influência da lateralidade e da barra infracapital na reprogramação postural em pacientes lombálgicos crônicos. Rev. Terapia Manual Fisioterapia Manipulativa, 2004; v.3, n.10, 278-283.
[12] Shumway-Cook, A.; Woollacott, M. H. Controle Motor: Teoria e aplicações práticas. São Paulo: Manole , 2003.
[13] Manfio, E. F., et al. Análise do comportamento da distribuição de pressão plantar em sujeitos normais. Fisioterapia Brasil, 2001, v. 2, n. 3, 157-168.
[14] Nashner, L, M., Sensory, neuromuscular and biomechanical contribuitions to human balance. In: Apta Forum, Nashville, Tenn., Proceedings..[S.L]: 1989, APTA, 5-12.
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