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Araraquara, São Paulo, Brazil
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Paulista. Especialização em Quiropraxia pela ANAFIQ- Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia. Pós Graduação em Fisioterapia Ortopédica e Desportiva pela Universidade Cidade de São Paulo- UNICID Coordenador do Grupo de Estudos em Postura de Araraquara. –GEP Membro da Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia- ANAFIQ/ Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia Manipulativa- ABRAFIM/ Membro da Associação Brasileira de Pesquisa em Podoposturologia –ABPQ PODO/ Formação em RPG, SGA, Estabilização Segmentar Lombar e Cervical, Pilates, Podoposturologia, Quiropraxia,Reabilitação Funcional, Kinesyo Tape ,Dry Needling,Mobilização Neurodinâmica, Técnica de Flexão-Distração para Hérnias Lombares e Cervicais. Formação no Método Glide de Terapia Manual. Atualização nas Disfunções de Ombro, Quadril , Joelho e Coluna ( HÉRNIAS DISCAIS LOMBARES E CERVICAIS). ÁREA DE ATUAÇÃO: Diagnóstico cinético-funcional e reabilitação das disfunções musculoesqueléticas decorrentes das desordens da coluna vertebral. AGENDAMENTO DE CONSULTAS PELO TELEFONE 16 3472-2592

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domingo, 18 de abril de 2010

Pimenta para correr

Pimenta para correr






:: TEXTO CASSIO WAKI

:: ILUSTRAÇÃO MR. GUACHE



Lágrimas, suor e o desejo por um copo d'água o mais gelado possível. O aparente sofrimento, na verdade, é o que dá prazer e graça ao sublime momento em que se come um prato preparado com pimentas. Mas é só para incrementar o tempero que ela serve? “A pimenta tem outras características muito importantes e desconhecidas da maioria das pessoas”, afirma Alexandre Merheb, médico nutrólogo especializado em esportes. Ela é antioxidante, bactericida, pode proteger o sistema digestivo, combater tensões musculares e ajudar o tratamento de reumatismos articulares. Ou seja, um ótimo alimento para o cardápio do esportista.



Antioxidante

O organismo produz radicais livres - substâncias tóxicas formadas a partir do oxigênio, que reagem aleatoriamente com todos os componentes celulares. Nessa reação, destroem células estranhas, o que é importante para proteger o corpo. Mas, quando estão em excesso, atacam também as células sadias. O exercício físico muito intenso provoca uma produção maior de radicais livres. Nesse caso, os antioxidantes - como as vitaminas A e E, o betacaroteno e os flavonóides - são fundamentais para neutralizar os radicais livres antes que eles matem células sadias. Aí entram as pimentas como a dedo-de-moça, que fornece vitaminas A, E e betacarotenos. “A pimenta é um alimento funcional, portanto seus benefícios devem ser encarados em longo prazo. O ideal é utilizá-la no dia-a-dia”, explica Marília Fernandes, nutricionista da Total Salute Nutrição & Estilo de Vida, especialista em Nutrição Esportiva pela Unifesp.



Bactericida

Quando o sistema de refrigeração não existia, o ser humano conservava os alimentos de diversas maneiras e uma delas era colocando pimentas nas carnes, por exemplo. “Elas possuem propriedades bactericidas, ou seja, eliminam vários tipos de bactérias que estragariam o alimento”, afirma Susana Gasparri, farmacêutica especializada em fitoterapia do Laboratório Bionatus. Depois que congeladores e geladeiras foram inventados, esse uso das pimentas foi deixado de lado, mas elas cumprem exatamente o mesmo papel no auxílio do sistema imunológico do ser humano. “A pimenta fortalece o organismo porque elimina bactérias que poderiam trazer malefícios principalmente ao sistema digestivo”, diz a farmacêutica.



Estômago e intestino

Esse é um tema delicado quando se trata de pimentas. Por um lado, ela representa um perigo para quem tem gastrite ou hemorróidas e, dependendo da freqüência e quantidade em que é ingerida, pode provocar uma úlcera gástrica. “Ela aumenta a secreção de saliva, bile e dos ácidos estomacais”, afirma o nutrólogo Alexandre Merheb. Por isso, pode ser uma agressão ao estômago ou ao intestino sensível. Por outro lado, essa quantidade extra de secreção ajuda a digestão em pessoas sem problemas estomacais. Claro que o exagero pode ser prejudicial para os dois casos.

Por precaução, pessoas que não estão acostumadas com alimentos picantes não devem consumi-los na véspera de uma prova. “Caso algum corredor introduza a pimenta pela primeira vez em seu cardápio pré-prova, ele pode sofrer algum problema gástrico durante a corrida”, alerta Marília Fernandes. “A alimentação pré-treino e pré-corrida deve permanecer à base de carboidratos”, completa.

A pimenta não desidrata o corpo, como pode parecer, mas também não é uma fonte de energia para a corrida. Por isso, o consumo antes da prova nem ajuda nem atrapalha sua performance. Só atrapalha, claro, caso provoque um mal estar no estômago.



Medicamento natural

As propriedades medicinais de algumas substâncias da pimenta já foram comprovadas, o que lhe deu também a classificação de alimento funcional. Inclusive, serve de matéria-prima para remédios e emplastros - aqueles adesivos que aliviam dores musculares ou de reumatismo. “Os remédios são usados no tratamento de desordens gastrointestinais, enjôos e na prevenção de arteriosclerose, derrame e doenças cardíacas”, afirma Susana. Ela alerta, porém, para o perigo de se automedicar: Í “altas doses da droga ou do fruto, se administradas por longos períodos, podem causar gastrite crônica, danos renais, danos hepáticos e efeitos neurotóxicos”.



:: Curiosidades



:: Pimenta do reino faz mal à saúde? - “Não se recomenda a ingestão por quem tem próstata grande, porque ela pode agravar o processo inflamatório”, avisa Merheb.



:: Menos picante - as principais responsáveis pela ardência da pimenta são as sementes e a placenta, no interior do fruto. Caso queira moderar a picância da refeição, utilize somente a casca.



:: Água, Água! Quando comemos um prato muito ardido, a primeira coisa que vem à mente é tomar um copo d'água. É errado. Pode não parecer, mas a água acentua a sensação de dor. O melhor são os derivados do leite, porque possuem caseína, uma substância que retira a capsaicina dos receptores nervosos localizados na boca. Por isso, alguns pratos da culinária indiana são acompanhados de molho de iogurte.



:: Altas temperaturas - não há explicação científica de por que se consome muita pimenta em países quentes como Tailândia, Índia e México. “Pode ser uma questão histórica, já que a pimenta teve origem onde hoje é o México e se espalhou com as Navegações”, explica Hilário. “Não há nada de ruim em consumi-la no verão”, completa Merheb.





:: Tipos de pimentas



Os primeiros registros da presença de pimentas são de 9.000aC, no México. Com o descobrimento das Américas, o fruto foi difundido por todo o mundo. Na Europa, havia apenas uma categoria, a piper, que é pouco picante. “No Brasil, as mais consumidas são a malagueta, dedo-de-moça ou caiena e cumari”, afirma Hilário Filho, um “Chile Head” ou conhecedor de pimentas. As três são do tipo capsicum. Para elas, vale o alerta: “quanto mais vermelha, mais madura e, portanto, mais ardida”, diz Hilário. Conheça as mais comuns:



PIPER

Pimentas pretas

São pequenas bolinhas coloridas originárias do continente africano. “Elas geralmente são moídas e consumidas em pó”, afirma o Chile Head.



CAPSICUM

Pimenta Jalapeño
Originária do México, é consumida in natura ou em pó e molhos. É bem aromática e tem picância média: 30.000 SHU - Unidades Scoville, escala de picância (ou pungência).

Pimenta Americana
Menos picante e menos aromática, chega a ser considerada doce. É usada como substitutivo do pimentão.

Pimenta Dedo-de-Moça
Tem pungência (picância) e aroma suaves. É consumida fresca, em molhos, conservas ou desidratada (pimenta calabresa).

Cambuci
De pungência doce e aroma suave, usada em saladas ou cozidos.

Pimenta de Cheiro
Cultivadas principalmente em Goiás e na região Norte, sua pungência varia de suave a bem picante. Uma das principais características é o aroma marcante. Usada em saladas, como condimento para carnes e peixes.

Pimenta Bode
Bem picante e aromática, usada para preparar carnes, arroz e feijão. As mais maduras (vermelhas ou amarelas) costumam ser mantidas em conservas.

Pimenta Cumari-do-Pará
Também é picante e aromática, usada principalmente em conservas.

Pimenta Murupi
Tem picância de média a alta e aroma forte. Usada na forma de molho ou conserva, mais comum na região Norte do País.

Pimenta Malagueta
Originária da Bacia Amazônica, é cultivada principalmente em Minas, Bahia e Goiás. É uma das mais conhecidas e consumidas no Brasil, em pratos de peixes, acarajés, carnes ou como molho e conserva. Tem picância média a alta e pouco aroma.

Red Savina - a mais ardida
A pimenta mais ardida do mundo é a Red Savina Habanero, com 570.000 SHU

Pimenta Cumari
Muito picante e com pouco aroma, é usada principalmente em conservas.




REVISTA O2 - EDIÇÃO 21

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